Copom mantém juro básico em 6,5% ao ano Esta foi a última reunião do Comitê de Política Monetária neste ano, e decisão já era esperada pelo mercado financeiro. Taxa Selic está no menor patamar da série história.

Por Yvna Sousa, TV Globo — Brasília

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (12) manter a taxa básica de juros da economia em 6,5% ao ano. Esta foi a última reunião do Copom neste ano.

A manutenção da taxa Selic, pela sexta vez consecutiva, já era esperada pelo mercado financeiro. Este é o menor patamar desde o início do regime de metas para a inflação, adotado em 1999.

Com a inflação sob controle, a expectativa das instituições financeiras é que a taxa de juros começará a ser elevada gradualmente pelo Copom a partir de setembro do ano que vem, alcançando 7,5% ao ano no fim de 2019.


O que diz o Copom
Na avaliação do Copom, houve "arrefecimento" do risco de não aprovação de reformas como a da Previdência e dos ajustes necessários na economia brasileira.

A avaliação do Banco Central é que, sem a aprovação de medidas de ajuste fiscal, há pressão para os preços subirem, pois crescem as incertezas em relação à economia brasileira.

O texto representa uma mudança no posicionamento divulgado na reunião anterior, em outubro, quando a avaliação era de que a frustração da continuidade das reformas era um dos principais riscos para a inflação.

Por outro lado, o Copom analisa que aumentou o risco de a ociosidade da economia brasileira causar baixa inflação, em nível “abaixo do esperado”.

Na primeira reunião após a trégua comercial entre Estados Unidos e China, o BC avalia que“o cenário externo "permanece desafiador para economias emergentes" em razão da política de normalização dos juros nos Estados Unidos e das disputas do comércio global.


Selic e a inflação
A Selic é a taxa básica de juros da economia e serve como referência para todas as demais taxas cobradas pelas instituições financeiras das famílias e empresas.

A cada 45 dias, o Copom se reúne para definir o patamar da Selic buscando o cumprimento da meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para este ano, a meta central é de 4,5%, e o Banco Central e o Ministério do Planejamento preveem que a inflação ficará em 4,3%. Os economistas projetam um índice mais baixo: 3,71%.

Como o regime prevê a chamada "banda", a meta será considerada formalmente cumprida neste ano se ficar entre 3% e 6%.

Quando a inflação está alta ou indica que vai ficar acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito (financiamentos, empréstimos, cartão de crédito), freando o consumo e reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação cai.


O Copom reduz os juros quando avalia que as perspectivas para a inflação estão em linha com as metas determinadas pelo CMN.

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