Crescimento sustentável depende do acesso à água, diz Temer
“O acesso à água está intimamente ligado à capacidade de crescer de
forma sustentável. Em nome do futuro da humanidade, é nossa obrigação
compartilhada buscar o desenvolvimento sustentável em todas suas
vertentes. O consenso é de que a vida na Terra estará ameaçada se não
respeitarmos os limites da natureza”, disse o presidente em seu discurso
de abertura, no Itamaraty, ao lado de chefes de Estado que participaram
do fórum.
>> Siga em tempo real a transmissão da sessão de abertura do Fórum
Temer
afirmou que o compromisso brasileiro com a questão ambiental foi
reforçado a partir da conferência Rio 92, quando conceitos foram
definidos, e depois na Rio+20. “Estamos firmemente empenhados em
implementar essa agenda, e reafirmamos isso no 8º Fórum Mundial da
Água”, disse o presidente, ao destacar a necessidade de diagnósticos
precisos e ações coordenadas para melhor desenvolver essas políticas.
“A
sustentabilidade hídrica requer ações permanentemente integradas em
nossos países e entre nossos países. Se nos fecharmos em nós mesmos e se
atuarmos de forma desarticulada, todos pagaremos o preço”, acrescentou.
Temer
lembrou que há no mundo cerca de 2 bilhões de pessoas sem uma fonte
segura de água em suas casas e sofrendo com a falta de saneamento. Além
disso, acrescentou o presidente, há 260 milhões de pessoas que precisam
andar mais de meia hora para ter acesso à água.
Marco regulatório do saneamento
Em
relação ao saneamento básico, o presidente indicou que o governo
prepara um marco regulatório para buscar novos investimentos. "Nossa
atenção volta-se, com muita naturalidade, para o saneamento, em que
tanto há ainda por fazer. Nós estamos ultimando projeto de lei com
vistas a modernizar nosso marco regulatório do saneamento e incentivar
novos investimentos. O que nos move, naturalmente é a busca da
universalização desse serviço básico", disse.
Segundo Temer,
embora o governo tenha se empenhado para enfrentar, nos últimos anos,
uma das maiores recessões de sua história, esse trabalho ocorreu “sempre
com olhos postos na sustentabilidade”. O presidente citou o programa
Plantadores de Rios, a proteção das florestas e a reversão da curva do
desmatamento na Amazônia como fatores que colocam “a segurança hídrica
no centro de nossas políticas”.
“Preservar não basta. É preciso
fazer chegar água nos lares das famílias. Há comunidades que ainda lutam
contra a seca. Daí nosso empenho na transposição do Rio São Francisco.
Trata-se de um projeto antigo mas que estamos finalizando e, ao fim, vai
beneficiar 12 milhões de habitantes no Nordeste”, disse.
O 8º
Fórum Mundial da Água teve início no domingo (18) e vai até sexta-feira
(23), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Já a Vila Cidadã, a
feira e a Expo foram abertas ao público no sábado (17) e vão funcionar
até o dia 23, diariamente das 9h às 21h.
O evento é organizado no
Brasil pelo Conselho Mundial da Água; pelo Ministério do Meio Ambiente,
representado pela Agência Nacional de Águas (ANA); e pelo governo do
Distrito Federal, representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia
e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).
*Matéria ampliada às 13h17
Pedro Peduzzi e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil
Edição: Lidia Neves