Hospital Arnaldo Pezzuti - Saúde cobra maior integração

Foto: Daniel Carvalho
                                                                                                                                                                                                         

Propaganda do Estado informa que 62 leitos para dependentes químicos estão abertos, o que não procede





Luana Nogueira



O secretário de Saúde de Mogi das Cruzes e presidente da Câmara Técnica de Saúde do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), Marcelo Cusatis, afirmou que o "o Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti precisa se identificar corretamente". Ele criticou a falta de informação sobre o funcionamento da unidade, especialmente no âmbito da dependência química. O secretário ressaltou que nas reuniões do colegiado dos secretários de Saúde já foram solicitadas informações ao governo do Estado.
Durante os últimos dias, o governo Estadual está divulgando no Alto Tietê uma propaganda sobre os investimentos realizados na região. Uma das obras é justamente a construção de 62 leitos para dependência química no Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, em Jundiapeba, que ainda não funcionam. "Vimos esse comercial e está dando bastante polêmica. O hospital precisa se identificar. Daqui a pouco teremos nosso CAPS AD (Centro de Atendimento Psicossocial de Álcool e Drogas) pronto e precisaremos do serviço de dependência química do Doutor Arnaldo funcionando corretamente", destacou.
Segundo o secretário, faltam informações sobre a operação do hospital. "O atendimento será para adulto? Mulher? Infantil? Cada hora muda e essas alterações não passam e deveriam passar pelo colegiado de secretários. Já pedimos inúmeras vezes, o que o hospital pode fazer? O que ele pode oferecer para a região? Como ele funciona? Temos muita dificuldade para entender, ele precisa se identificar na nossa rede. Algumas vagas do Arnaldo não estão no Cross (Centro de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). Ele não está 100% no sistema", criticou.
Para Cusatis, o hospital Doutor Arnaldo participa pouco da vida de Mogi. "Uma hora o hospital abre o Pronto Atendimento, o que ajudou muito Jundiapeba, e em outro momento fecha. Depende muito da vontade do diretor que está lá e não pode ser assim. Não tenho nenhuma crítica à diretoria atual do hospital, pelo contrário, pessoalmente nosso relacionamento é muito bom, mas institucionalmente o Arnaldo precisa estar mais integrado com Mogi e a região. A integração é o caminho para passar a crise", ressaltou.
Dependência química
Nos próximos dias, Cusatis participará de uma reunião na Coordenadoria Nacional de Saúde Mental, em Brasília, para solicitar que o Caps AD de Mogi funcione diurnamente e não 24 horas, como o previsto. De acordo com o secretário, a medida é essencial para que o serviço comece a operar no município.
Cusatis afirmou que o custeio do serviço seria de R$ 500 mil por mês, o que equivale a R$ 6 milhões ao ano. "Não temos esse recurso. O governo Federal repassa R$ 50 mil, o que dá 10% do valor. Quando fomos habilitar o serviço, o governo Federal disse que não habilitaria o serviço se não fosse 24 horas, mas todos os serviços que funcionam a noite custam mais. Vamos pedir que o Caps opere 12 horas, entre às 7 horas e 19 horas. Acredito que a procura à noite é pequena. Revendo os custos, o prefeito Marcus Melo (PSDB) está com muita vontade de implantar o serviço", acrescentou.
Estado
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que está prevista para ainda este ano a implantação de novos leitos para dependentes químicos no Arnaldo Pezzuti, que passará a contar com 82 leitos.
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