Teori manda investigar planilhas da Odebrecht O ministro do STF também decidiu devolver ao juiz Sergio Moro o comando das operações que investigam os marqueteiros João Santana e Mônica Moura e o pagamento de propinas pela empreiteira
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki(Nelson Jr./SCO/STF/VEJA) |
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de procedimento para uma apuração da "superplanilha" com a indicação de pagamentos feitos pela empreiteira Odebrecht a centenas de políticos,
encontrada no mês passado pela força-tarefa da Operação Lava Jato na
casa do ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira Benedicto Barbosa
Silva Junior, no Rio de Janeiro.
A partir de agora, o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, decidirá se pede ou não a abertura de
inquéritos sobre políticos relacionados na planilha.
A planilha, que contém cerca de 300 nomes ligados a 24 partidos
políticos, é a maior relação de políticos e partidos associada a
pagamentos de uma empreiteira capturada pela Lava Jato desde o início da
operação, há dois anos.
Zavaski também devolveu ao juiz federal Sérgio Moro, que coordena os
processos da Lava Jato na primeira instância em Curitiba, as
investigações da Operação Acarajé, que mirou os marqueteiros João
Santana e Mônica Moura, e da 26ª fase, chamada de Xepa, que investiga a
existência de um departamento para o pagamento de propinas na
empreiteira Odebrecht.
O ministro entendeu que autoridades com foro privilegiado não foram
investigados nessas duas fases da operação e que Moro não violou a
competência do STF durante as investigações.
Codinomes - As planilhas com doeações da Odebrecht foram encontradas
nas buscas da 23ª fase, a Acarajé, que teve como alvo principal o casal
de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Entre muitos nomes, são
citados nas planilhas:
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral
(PMDB), os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), José Serra (PSDB-SP),
Lindbergh Farias (PT-RJ), Aécio Neves (PSDB-MG) e Humberto Costa
(PT-PE), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o prefeito do
Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ), o ex-governador de Pernambuco Eduardo
Campos (PSB), o deputado Paulinho da Força (SD-SP) e a prefeita de
Campos e ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PR).
(Da redação)