Sem citar golpe, Dilma adota na ONU postura cautelosa sobre crise política



Na versão final do seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff preferiu adotar uma postura mais cautelosa. Citou que o Brasil vive um "grave momento" e que saberá impedir um retrocesso. Mas evitou falar diretamente de que há um golpe no país, discurso que passou a intensificar nas últimas semanas.

Como revelou o Blog, apesar do anúncio de petistas de que Dilma abordaria de forma direta o tema durante a cerimônia de assinatura do Acordo do Clima de Paris, na sede da ONU em Nova York, o recuo aconteceu depois que ministros do Supremo Tribunal Federal rebateram o discurso da presidente Dilma de que o seu processo de impeachment representa um golpe.

Com isso, ela deixou para falar mais abertamente sobre o quadro político no Brasil durante a entrevista para a imprensa internacional, agendada para o dia de hoje, em Nova York. Nos últimos dias, Dilma fez movimentos erráticos em relação ao discurso na ONU. Inicialmente, não viajaria para participar do evento, já que teria que deixar o país com o vice-presidente Michel Temer.

 Na sequência, Dilma confirmou a participação.


 Mas parlamentares do PT enfatizavam que ela usaria a tribuna da ONU para fazer um duro discurso sobre a situação política no Brasil. Depois de críticas internas, houve o recuo na fala da presidente. O resultado final foi um discurso que enfatizou as mudanças climáticas, tema principal do encotro, e abordou de forma tangencial a crise política no Brasil. 

 "Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. 

A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade.

 Saberá, não tenho dúvidas, impedir qualquer retrocesso", disse Dilma ao final de sua fala nas Nações Unidas.

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