Governo de SP anuncia programa de cotas nas universidades estaduais Instituições devem ter 50% das vagas para estudantes de escolas públicas. Dentro desse grupo, 35% serão pretos, pardos e índios.
Renata CafardoSão Paulo, SPg1
O governo de São Paulo lançou nesta quinta-feira (20) um programa para aumentar a presença de alunos de escolas públicas nas três universidades públicas estaduais, que estão entre as melhores do país. Se for aprovado pelos conselhos de cada instituição, o projeto entra em vigor em 2014.
O programa de inclusão do governo paulista traçou metas para USP, Unesp e Unicamp, as três universidades públicas do estado. O objetivo é que, daqui a quatro anos, as instituições tenham metade de suas vagas ocupadas por estudantes de escolas públicas.
Dentro desse grupo, 35% serão pretos, pardos e índios. Esses termos são os usados pelo IBGE.
A cota racial obedece à proporção apontada no último Censo.
A cota racial obedece à proporção apontada no último Censo.
Para atingir parte dessas metas, o governo vai criar um modelo inédito de ingresso na faculdade. Um novo curso, parecido com o college americano, vai oferecer formação básica de dois anos, que já dá um diploma superior. Os melhores alunos entram direto na universidade para fazer um curso específico, como Medicina ou Direito.
“É preciso, de um lado, atender uma demanda social que é legítima, que é correta, mas associar a esse atendimento critérios de qualidade e de mérito no sentido de que o aluno não só seja posto dentro das instituições, da universidade, mas tenha condições para permanecer dentro destas instituições”, afirma Carlos Vogt, presidente da Univesp.
Só estudantes da rede pública e com boa nota no Enem podem ingressar no novo instituto comunitário de ensino superior. Serão duas mil vagas, com aulas presenciais e a distância. Não só o novo instituto vai selecionar alunos para as universidades, mas as próprias instituições terão de criar outras formas de atrair estudantes vindos de escolas públicas.