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sexta-feira, 28 de julho de 2023

Deltan distorce decisão da Suíça, e ilegalidade vira boa notícia


Jamil Chade e  Leandro Demori
Colunista do UOL e especial para o UOL
Atualizada em
O ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol, na Câmara dos Deputados
O ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol, na Câmara dos Deputados Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Deltan Dallagnol distorceu a decisão da Justiça suíça de declarar ilegal o envio de um documento por procuradores do país para a Lava Jato sobre a Odebrecht e transformou a notícia em algo positivo para a operação. O plano foi arquitetado pelo ex-procurador e a equipe da Lava Jato, além de Stefan Lenz, então procurador suíço e contato da operação no país europeu.

As conversas pelo Telegram estão nos arquivos da operação Spoofing obtidos pela reportagem, realizada em uma parceria entre o UOL e a newsletter A Grande Guerra. Nas últimas semanas, as revelações publicadas pela parceria levaram o MP a solicitar que o TCU abrisse investigações. O ministro da Justiça, Flávio Dino, também instruiu a Polícia Federal a examinar o caso, principalmente no que se refere ao fluxo de dinheiro movimentado pela Operação Lava Jato.

Deltan foi procurado pelo UOL e não respondeu aos questionamentos. Num dos textos, ele diz claramente que a notícia dada pelos suíços cairia como "uma bomba" no Brasil.


Lenz alertou no dia 20 de janeiro de 2016:

Tenho algumas más notícias

A má notícia era a formalização na Justiça suíça de que o envio de um documento que os suíços fizeram para a Lava Jato era, nas palavras de Lenz, "ilegal". O envio havia sido feito pelos canais oficiais. Mas a Odebrecht entrou com um recurso e conseguiu frear seu uso por alguns meses. Os documentos não precisariam ser devolvidos. Mas tampouco poderiam ser usados pelos procuradores brasileiros, até que uma decisão final fosse tomada entre os suíços.

Segundo a corte suíça, o Ministério Público local teria de dar a possibilidade para que a Odebrecht argumentasse contra o envio dos dados, antes de decidir se era legal.

A Justiça suíça daria, mais tarde, ganho de causa para o envio e uso dos extratos bancários, no que foi o momento divisor de águas na Operação Lava Jato. Isso, no entanto, só ocorreu no dia 5 de outubro de 2016, com a autorização para o uso dos dados finalmente ocorrendo nos primeiros dias de novembro daquele ano — 11 meses depois da "má notícia" dada pelo procurador suíço.


Má notícia vira positiva

Nas conversas, a Lava Jato explora com os suíços duas possibilidades: a primeira seria tentar fazer soar a má notícia, no Brasil, como positiva. A segunda seria pensar em um modo de "legalizar" os documentos recebidos.

O procurador que comandava a operação, Deltan Dallagnol, então começa a ensaiar como seria divulgada a decisão:

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Imagem: Arte/UOL

Segundo ele, se o tribunal dissesse que a transmissão é ilegal, "é muito provável que a ODE consiga retirar todos os documentos do arquivo do caso no Brasil".

Em seguida, Deltan sugere um modo de esquentar a documentação:

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Eles dirão que tudo é fruto de uma árvore envenenada, e é provável que o tribunal aqui aceite essa teoria... talvez pudéssemos ter outra teoria sobre a mesa: descoberta inevitável, se os documentos viessem de qualquer maneira... apenas um brainstorming aqui"

Stefan Lenz pediu um tempo para discutir o assunto com o Escritório de Justiça Federal da Suíça. Mas garantiu que "a solicitação em si, com todas as informações nela contidas, foi declarada absolutamente legal".

Ainda no mesmo dia, Lenz explicou aos brasileiros que sua equipe de comunicação teria um texto pronto para ser divulgado para a imprensa. E pediu de forma clara:

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Imagem: Arte/UOL

Instantes depois, seria a vez de um outro procurador brasileiro, identificado apenas como Paulo, expressar mais uma vez a preocupação do grupo da Lava Jato.

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Imagem: Arte/UOL

Deltan: Vamos minimizar

Ao longo da conversa, ficava ainda claro que existia uma preocupação em relação à versão que a Odebrecht iria usar. Mas também uma manobra para construir uma narrativa que permitisse minimizar a derrota.

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No dia 26, Lenz e Deltan voltam a conversar:

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Imagem: Arte/UOL

No dia 2 de fevereiro, os procuradores brasileiros informariam aos suíços sobre a decisão dos advogados da Odebrecht de repassar a decisão para a imprensa.

Paulo, então, avisou a Stefan Lenz que iria "seguir em frente com nossa nota para a imprensa e começar a receber jornalistas para explicar o caso, ok?"
Imediatamente, o suíço rebateu.

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Imagem: Arte/UOL

Deltan entra mais uma vez no debate e, depois de conversar por telefone com Lenz, explica que "ele gentilmente pediu que enviássemos os jornalistas também para seu escritório".


Quinze minutos depois, os procuradores brasileiros colocariam no grupo o comunicado de imprensa que tinham elaborado. Na versão construída, não havia qualquer referência às preocupações que os membros da Lava Jato exprimiam nas conversas confidenciais — nem, obviamente, sobre a obtenção de informações por fora dos canais oficiais conforme reportagem do UOL já revelou.

Em seu lugar, apenas uma declaração de vitória contra a Odebrecht:

Odebrecht sofre derrota na Justiça suíça- - Empresa tentava impedir o Ministério Público Federal de usar provas suíças que demonstram que pagou propinas a funcionários da Petrobras - A empresa Odebrecht, por meio de uma das offshores que controla no exterior, recorreu, na Suíça, contra a remessa de documentos bancários ao Brasil em pedido de cooperação internacional formulado por aquele país. Este pedido objetivava a colaboração das autoridades brasileiras para a apuração conduzida pelo Ministério Público da Suíça, que também investiga aquela empresa e seus funcionários pela prática de corrupção e lavagem de dinheiro. Com o recurso, a Odebrecht almejava impedir o uso, no Brasil, dos documentos bancários suíços que comprovam que ela pagou propinas multimilionárias, mediante depósitos diretamente feitos nas contas controladas por funcionários da Petrobras. Contudo, o Tribunal suíço concedeu à empresa apenas o direito a um recurso interno, tal qual ocorreria caso o pedido de cooperação tivesse partido do Brasil para a Suíça. Com relação ao uso dos documentos já enviados ao Brasil, o Tribunal suíço reconheceu que os documentos não precisam ser devolvidos, o que somente ocorreria caso o recurso a ser apresentado à decisão suíça viesse a ser julgado em favor da Odebrecht. Assim, a decisão não tem qualquer efeito sobre a acusação criminal contra executivos da empresa, amparada em amplas provas de pagamentos de propinas no Brasil e no exterior e do desvio de bilhões de reais dos cofres públicos.

Ao final daquela troca de mensagens, Lenz apenas desejou: "Boa sorte!"

comunicado redigido naquele momento está até hoje no site do Ministério Público Federal, com data de 2 de fevereiro de 2016.

Oficialmente, a Lava Jato apenas pôde usar os documentos e extratos bancários quase um ano depois daquele comunicado de imprensa em que declarava a "derrota" da Odebrecht.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.


JAMIL CHADE

Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente. 

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/07/28/lava-jato-deltan-distorce-decisao-da-suica-e-ilegalidade-vira-boa-noticia.htm

COAF APONTA MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA NA CONTA DE MAURO CID - ICL NOTÍCIAS AO VIVO HOJE

  


Relatório do Coaf sobre Mauro Cid dá rumo (e fôlego) para a CPI do 8/1

Relatório do Coaf sobre Mauro Cid dá rumo (e fôlego) para a CPI do 8/1

Carla Araújo
Colunista do UOL

Após o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontar movimentações financeiras "atípicas" e "incompatíveis com o patrimônio" nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, há expectativa de que essas informações gerem fôlego para os trabalhos da CPI do 8 de janeiro.

O relatório afirma que o militar movimentou em suas contas bancárias R$ 3,2 milhões de 26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023. No resumo das transações financeiras, estão R$ 1,8 milhão em créditos e R$ 1,4 milhão em débitos.

Conforme disse no Análise da Notícia, o Coaf diz para a CPI: "Olha, aqui tem alguma coisa que não está batendo de um dos investigados".

A lista de suspeitas envolvendo Cid em irregularidades e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro vai aumentando. [...] Agora, há uma expectativa na classe política com alguns deputados e senadores sobre o que isso significa. Uma das questões é que isso pode, na avaliação de algumas pessoas, dar fôlego aos trabalhos da CPI.

Quando foi à CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro, Cid não respondeu nenhuma pergunta dos parlamentares.

Cid foi à CPI e ficou em silêncio, não quis nem falar quantos anos tinha, quando era o aniversário dele. Ele foi num claro propósito de não colaborar. Com essas revelações do Coaf, há expectativa de que esses trabalhos possam avançar.

Governo quer atuação da CGU na regulação de redes no PL da Fake News

Proposta analisada substituiria entidade autônoma alvo de críticas na Câmara

Victoria Azevedo

Brasília

O governo Lula (PT) estuda propor um sistema que conte com o suporte administrativo da CGU (Controladoria-Geral da União) no monitoramento do cumprimento de novas regras para as plataformas de internet no âmbito do PL das Fake News.

Dessa forma, não haveria uma entidade autônoma de regulação criada pelo Executivo, o que foi alvo de críticas dos parlamentares e apontada como um dos impasses para tramitação da proposta na Câmara dos Deputados.

Parlamentares e membros do governo avaliam que o tema poderá voltar à discussão e ser votado no plenário da Câmara ainda neste ano. O relator da proposta, Orlando Silva (PC do B-SP), afirmou à Folha que já tem um novo texto pronto e que o "único tema em aberto" é a definição da estrutura regulatória.

"Nós aperfeiçoamos o texto. Há, porém, um tema em aberto, que é a estrutura regulatória; e que não me cabe tomar uma decisão individual sobre isso nem propor nada individualmente. É necessário ouvir o presidente [da Câmara] Arthur Lira e os líderes para chegar a essa solução", afirmou.

Prédio da CGU, a Controladoria-Geral da União, em Brasília
Prédio da CGU, a Controladoria-Geral da União, em Brasília - Divulgação

No primeiro semestre, a base aliada do governo conseguiu acelerar a tramitação do projeto com o apoio de Lira (PP-AL) e de membros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas houve forte oposição das big techs e de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Isso levou ao adiamento da votação, sob o risco de derrota para o Planalto.

Na tentativa de fazer o texto avançar na Casa, Orlando Silva chegou a tirar da proposta a criação de uma agência reguladora de supervisão das plataformas. A ela caberia regulamentar dispositivos do projeto, fiscalizar o cumprimento das regras, instaurar processos administrativos e aplicar sanções contra as redes em caso de descumprimento das obrigações.

O ponto era criticado principalmente por membros da oposição, que chegaram a apelidar o órgão proposto de "Ministério da Verdade". Segundo eles, poderia haver risco de interferência ideológica na agência.

Naquele momento, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) atuou junto ao Congresso para convencer que tinha condições de assumir essa atribuição.

Setores da Câmara defendiam essa alternativa, mas representantes do Executivo e da sociedade civil resistem à ideia por considerar que seria necessário fazer muitos ajustes na agência, assim como expandir suas competências.

Segundo relatos feitos à Folha, um dos modelos que agora está na mesa de discussão do governo é a elaboração de um sistema que combinaria autorregulação das próprias plataformas e atuação de um conselho com representantes de Executivo, Legislativo e Judiciário.

Também integrariam esse sistema recomendações do Comitê Gestor da Internet e o suporte fornecido pela CGU. A controladoria ofereceria auxílio técnico e administrativo na avaliação do cumprimento em relação a questões de integridade estabelecidas pelo projeto de lei.

Representantes do governo defendem que a CGU já tem metodologia estabelecida, expertise e carreira para realizar essa função, uma vez que o órgão desenvolve um papel institucional de compliance (cumprimento de normas) e atua com a agenda de integridade perante o governo e empresas.

Eles dizem ainda que a criação de uma nova estrutura poderia demorar anos para ser consolidada, enquanto a CGU teria condições de fazer esse processo em menos tempo. À controladoria caberiam os processos administrativos. Moderação de conteúdo, por exemplo, seria algo realizado pela autorregulação das plataformas.

Nesse modelo estudado, o conselho formado por Executivo, Legislativo e Judiciário seria responsável por credenciar a autorregulação das plataformas, seja ela realizada individualmente por cada uma das redes ou de forma conjunta —caso elas decidam se unir em torno de uma única entidade.

O conselho também atuaria como uma instância superior, podendo avocar processos analisados pela CGU e tomar decisões.

Entenda debate sobre a regulação das redes sociais no Brasil

A expectativa no governo é a de que os detalhes possam ser fechados até a próxima semana para que seja possível elaborar um texto consolidado, a ser apresentado ao relator e aos ministros que atuam no tema.

A proposta se assemelha à que foi apresentada em maio pela comissão especial de direito digital do conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao relator do projeto. Ela prevê um sistema tripartite para implementar a lei.

Um conselho de políticas digitais seria "responsável pela fiscalização e pela aplicação das diretrizes legalmente estabelecidas e das obrigações regulatórias a cargo das plataformas". Ele seria composto por membros indicados pelos três Poderes e por representantes da Anatel, do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), da ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) e da OAB federal.

Uma entidade de autorregulação composta por representantes das próprias plataformas ficaria encarregada da moderação de conteúdo. E o Comitê Gestor da Internet faria estudos e publicaria diretrizes e recomendações para os códigos de conduta das plataformas. 

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/07/governo-quer-atuacao-da-cgu-na-regulacao-de-redes-no-pl-da-fake-news.shtml

Se apelo por PIX explica grana, Bolsonaro levou R$ 17 mi em 13 dias. Será?


Reinaldo Azevedo
Colunista do UOL
Bolsonaro pode ser mais um caso de multiplicação milagrosa de PIX. Não é só na horta de Deltan Dallagnol que chove dinheiro...
Bolsonaro pode ser mais um caso de multiplicação milagrosa de PIX. Não é só na horta de Deltan Dallagnol que chove dinheiro... Imagem: Depositphotos/Montagem: Julia Shikota (Seu Dinheiro)

"Há algo de muito errado que não está certo", como no bordão de uma personagem de humor, com a fabulosa montanha de dinheiro recebida pelo capitão arruaceiro. Que coisa! Antes de Deltan Dallagnol anunciar a chuva de PIX que Deus lhe proporcionou, depois de um papo íntimo no avião (o Altíssimo tem cada uma...), o milagre já havia acontecido com Jair, um falso Messias, mas um verdadeiro Bolsonaro.

Como é? O "Não-Estupraria-Porque-É-Muito-Feia" recebeu nada menos de R$ 17,1 milhões em meros seis meses, entre 1º de janeiro e 4 de julho, num total de 769 mil transferências? Já seria do balacobaco. Mas tudo pode ser ainda mais, como posso chamar?, "mítico"!!!

Leio o seguinte na Folha:
O Coaf afirma que as transações "atípicas" podem ter relação com a campanha de doações organizada em junho para o pagamento de multas. A Justiça de São Paulo, por exemplo, determinou o bloqueio de valores de Bolsonaro por ele não ter usado máscara durante a pandemia de coronavírus.
"No período chamou a atenção o montante de PIXs recebidos em situação atípica e incompatível. Esses lançamentos provavelmente possuem relação com a notícia divulgada na mídia", diz trecho do relatório, citando uma reportagem publicada no último dia 2 de julho.


Epa! Vamos devagar!

Aliados de Bolsonaro começaram a divulgar o PIX do "Não-Sou-Coveiro" em 23 de junho, depois que veio a público a informação de que a Justiça de São Paulo havia decidido bloquear R$ 87 mil de sua conta, conforme se noticiou no dia 14 do mês passado. Antes do dia 23, inexistia pedido para pingar uma grana para o "Todo-Mundo-Morre-Um-Dia". Convém lembrar que o "Não-Estupraria-Porque-Não-Merece" deixou o Brasil em 30 de dezembro do ano passado e só retornou em 30 de março. Portanto, esteve ausente do país em três dos seis meses.

Precisamos saber quanto dinheiro o "Acabou-Porra!" recebeu antes do dia 23 de junho, quando a chave de seu PIX foi divulgada, e quanto entrou depois. A grana que antecedeu essa data não pode, por óbvio, ser atribuída à campanha. Afinal, o que vem depois não pode ser causa do que veio antes, certo? Até um doador bolsonarista é capaz de entender isso.

eu tinha achado essa história bem esquisita, conforme comentei no programa "O É da Coisa", no dia 26 de junho (vídeo abaixo). E agora, diante dessa soma espetacular de dinheiro, ela me soa ainda mais estranha. Se os R$ 17,1 milhões podem ser atribuídos ao chamamento dos bolsonaristas para pagar a multa — como especula o Coaf, indo além de suas sandálias; não é seu papel fazer adivinhações —, então essa tempestade de PIX teria ocorrido entre 23 de junho e 4 de julho: em meros 13 dias, não em seis meses: por dia, média de R$ 1,545 milhão e de 69.909 operações. É sério isso?

"Ah, Reinaldo, preste atenção à notícia! A bufunfa entrou no curso de seis meses". Ah, não esqueci, não. Mas, então, quero saber o que justifica as transferências anteriores à divulgação da chave. Ele recebia chuva de PIX mesmo quando estava homiziado em Orlando?

Não sei se é o caso, mas é preciso perceber: o PIX, tratado desse modo, pode se transformar num instrumento e tanto de lavagem de dinheiro. Afinal, é razoável apostar que a Justiça não vai quebrar o sigilo de milhares de "militantes generosos", não é mesmo?


Há algo de muito errado nessa história que não está certo...

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.


OLHAR APURADO

Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário. 

https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2023/07/28/se-apelo-por-pix-explica-grana-bolsonaro-levou-r-17-mi-em-13-dias-sera.htm 



Mídia selvagem

 Charges do Renato Aroeira 

https://www.brasil247.com/charges/midia-selvagem

Joaquim de Carvalho alerta: Globo retomou o jornalismo de guerra contra Lula

Grupo da família Marinho voltou a atuar no modo golpista após o caso Marcio Pochmann


Joaquim de Carvalho
Joaquim de Carvalho (Foto: Brasil247 | Reprodução)

247 – A Globo retomou o jornalismo de guerra, aponta o jornalista Joaquim de Carvalho, repórter especial do Brasil 247.  

"A campanha que ela faz em torno do IBGE não é contra Márcio Pochmann. É contra Lula. Não importa a verdade nem o currículo do futuro presidente do IBGE, o que a Globo quer é colocar o governo de joelhos", prossegue o jornalista. Segundo ele, Simone Tebet deve fugir dessa armadilha.

O IBGE é um órgão de extrema importância para o país, responsável por produzir dados e estatísticas que servem de base para diversas políticas públicas e tomadas de decisão. 

A presidência do instituto é uma posição estratégica, e a indicação de Márcio Pochmann, economista preparado para o cargo, motivou uma sórdida campanha difamatória por parte da imprensa neoliberal.

Em seu tweet, Joaquim de Carvalho levanta suspeitas sobre a forma como a Globo está tratando o tema. Segundo ele, a ênfase dada pela emissora não estaria centrada na qualificação de Pochmann ou nas questões técnicas relacionadas ao IBGE, mas sim em criar uma narrativa que, de alguma forma, impacte negativamente a imagem do presidente Lula.

O termo "jornalismo de guerra" é utilizado para descrever uma abordagem jornalística que visa criar uma polarização, enfatizando confrontos e antagonismos entre diferentes atores políticos ou sociais. Essa postura pode distorcer informações, priorizar o sensacionalismo e negligenciar a objetividade e a imparcialidade, colocando a verdade em segundo plano. 

https://www.brasil247.com/midia/joaquim-de-carvalho-alerta-globo-retomou-o-jornalismo-de-guerra-contra-lula 

Charges do Renato Aroeira

COAF ENCONTRA MILHÕES NAS CONTAS DE BOLSONARO E MAURO CID -

 


Caixa de Pandora: Arruda é condenado ao pagamento de R$ 10 milhões e à perda dos direitos políticos por 12 anos


Grande Angular
Colunas

 atualizado 

Daniel Ferreira/Metrópoles
José Roberto Arruda durante as eleições 2018

O juiz titular da 2ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, Daniel Eduardo Branco Carnacchioni, condenou, nessa quinta-feira (27/7), o ex-governador José Roberto Arruda ao pagamento de multa de R$ 10 milhões, em valores atualizados, por improbidade administrativa.

A sentença foi expedida em uma das ações judiciais decorrentes da Operação Caixa de Pandora, que levou Arruda à prisão e revelou o maior esquema de corrupção da capital do país.

Arruda e outros seis réus foram condenados por um esquema de pagamento de propina de pelo menos R$ 1,5 milhão, em 2009, envolvendo contrato de informática da Secretaria de Educação do Distrito Federal com a empresa Info Educacional. Cabe recurso contra a sentença.

Carnacchioni condenou Arruda a pagar, em reparação de dano, R$ 1,5 milhão corrigido pela inflação e com mais juros de 1% ao mês, de forma solidária com os demais réus. Em valores corrigidos, daria um total de R$ 9 milhões, de forma que cada um dos sete condenados deveria pagar R$ 1,2 milhão.

O ex-governador também foi condenado a pagar mais R$ 1,5 milhão. Após a correção, daria R$ 9 milhões. Se a sentença for mantida, a soma da reparação do dano e da multa aplicada a Arruda deve superar os R$ 10 milhões.

A sentença condena Arruda à suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 12 anos. O ex-governador já havia recebido essa sanção em outro processo oriundo da Caixa de Pandora, que o impediu de concorrer nas eleições de 2022.

O juiz também proibiu Arruda de contratar com o poder público ou de receber incentivos fiscais, pelo período de 10 anos.

O secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, que depois se tornou o delator da Pandora, Durval Barbosa, também foi condenado a pagar a multa solidária entre os réus por reparação do dano provocado pelo esquema ilícito.

Os demais condenados são: o ex-chefe da Casa Civil José Geraldo Maciel; o ex-subsecretário de Educação Básica Adailton Barreto Rodrigues; a Info Educacional; o proprietário da Info, Alexandre Tavares de Assis; e o servidor da Secretaria de Educação Mayasa Kondo.

Veja quem são os réus condenados e a pena aplicada a cada um:

  1. José Roberto Arruda é acusado de ser o mentor do esquema de cobrança de propina. A sentença o condena à:
    – reparação do dano em R$ 1,5 milhão, de forma solidária com os demais réus, valor que deve ser corrigido monetariamente pelo INPC e acrescido de juros de mora de 1% ao mês;
    – suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 12 anos;
    – multa civil no valor equivalente ao acréscimo patrimonial, de R$ 1,5 milhão, sobre o débito atualizado;
    – proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 10 anos.
  2. José Geraldo Maciel era chefe da Casa Civil durante a gestão Arruda. É acusado de atuar na arrecadação e distribuição da propina. Foi condenado à:
    – reparação do dano no valor de R$ 1,5 milhão, valor a ser corrigido, de forma solidária com os demais réus;
    – suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 10 anos;
    – multa civil no valor equivalente ao acréscimo patrimonial, de R$ 1,5 milhão, sobre o débito atualizado;
    – proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 10 anos.
  3. Durval Barbosa era o responsável por negociar as propinas. Foi condenado à:
    – reparação do dano no valor de R$ 1,5 milhão, valor a ser corrigido de forma solidária com os demais réus.
  4. Adailton Barreto Rodrigues era subsecretário de Educação Básica. É acusado de conduzir o contrato vinculado à Secretaria de Educação de acordo com os interesses ilícitos. Foi condenado à:
    – reparação do dano no valor de R$ 1,5 milhão, valor a ser corrigido, de forma solidária com os demais réus;
    – suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 6 anos;
    – multa civil no valor equivalente ao acréscimo patrimonial, de R$ 1,5 milhão, sobre o débito atualizado;
    – proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 6 anos.
  5. Alexandre Tavares de Assis é o dono da Info, acusado de pagar propina pelo contrato fraudulento com o governo sob a gestão de Arruda. Foi condenado à:
    – reparação do dano no valor de R$ 1,5 milhão, valor a ser corrigido, de forma solidária com os demais réus;
    – suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 10 anos;
    – multa civil no valor equivalente ao acréscimo patrimonial, de R$ 1,5 milhão, sobre o débito atualizado;
    – proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 10 anos.
  6. Info Educacional é a empresa usada no esquema de pagamento de propina aos integrantes do governo em troca do contrato. Foi condenada à:
    – reparação do dano no valor de R$ 1,5 milhão, valor a ser corrigido, de forma solidária com os demais réus;
    – multa civil no valor equivalente ao acréscimo patrimonial, de R$ 1,5 milhão, sobre o débito atualizado;
    – proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 10 anos.
  7. Masaya Kondo era servidor da Secretaria de Educação, acusado de entregar as propinas junto ao proprietário da empresa. Ele foi condenado à:
    – reparação do dano no valor de R$ 1,5 milhão, valor a ser corrigido, de forma solidária com os demais réus;
    – suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 6 anos;
    – multa civil no valor equivalente ao acréscimo patrimonial, de R$ 1,5 milhão, sobre o débito atualizado;
    – proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 6 anos.

Entenda o esquema

O objeto do contrato da Secretaria de Educação com a Info Educacional era o fornecimento de programas de computador da área educacional e prestação de serviços.

Porém, segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), o acordo “envolveu o pagamento e recebimento de propina, correspondentes à lesão ao patrimônio público, fatos que foram praticados no âmbito de um esquema montado com viés criminoso pelos então governador e vice-governador do DF.”

O proprietário da Info Educacional, Alexandre Tavares, apresentou ao então secretário de Educação, José Valente, e ao subsecretário de Educação Básica Adailton Barreto a plataforma Virtus Letramentol para ensino de português e matemática para alunos do ensino fundamental e do reforço escolar, em 2007.

Inicialmente, a pasta iria contratar a Info por meio de inexigibilidade de licitação, no valor de R$ 12 milhões, mas o processo foi suspenso, em 2008, após receber parecer negativo da Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF).

À época, a PGDF apontou “ausência de comprovação da necessidade do produto, ofensa à autonomia do projeto pedagógico das escolas, inexistência de projeto piloto, falta de justificativa de preço de mercado e deficiência orçamentária”.

Em maio de 2008, mês seguinte ao arquivamento do primeiro processo de contratação, um novo procedimento foi aberto para contratação do mesmo objeto, mas por meio de licitação.

A Info ficou em 4ª lugar e apresentou proposta com valor muito acima do ofertado pelas demais concorrentes, mas, mesmo assim, foi a contratada pela Secretaria de Educação, em dezembro de 2008.

A Info ofertou R$ 11,9 milhões para fornecer o sistema de informática, enquanto as demais empresas participantes da licitação apresentaram proposta de, em média, R$ 3,6 milhões.

Menos de um ano após a assinatura do contrato, em setembro de 2009, a pasta fechou termo aditivo no valor de R$ 2,9 milhões.

Segundo o MPDFT, o contrato resultou em desvio de pelo menos R$ 1,5 milhão, em valores da época, para custear o esquema de pagamento de propina.

De acordo com a acusação, a propina era entregue por Alexandre Tavares, acompanhado por Massaya Kondo, a Durval. O dinheiro foi usado para pagar deputados distritais em troca de apoio ao governo.

Absolvidos

O juiz titular da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF absolveu o ex-vice-governador Paulo Octávio (PSD), José Luiz da Silva Valente, Gibrail Nabih Gebrim e Luiz Paulo da Costa Sampaio.

Segundo o magistrado, “as provas produzidas durante a instrução processual não são suficientes para demonstrar que os réus Paulo Octávio, José Valente e Gibrail Gebrim receberam vantagem ilícita ou indevida em decorrência do contrato de informática da Info Educacional”. 

https://www.metropoles.com/colunas/grande-angular/caixa-de-pandora-arruda-e-condenado-ao-pagamento-de-r-10-milhoes-e-a-perda-dos-direitos-politicos-por-12-anos

Alto Tietê cria 579 empregos com carteira assinada em junho de 2023, aponta Caged. - Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano.

Por g1 Mogi das Cruzes e Suzano

Alto Tietê cria 579 empregos com carteira assinada em junho de 2023 — Foto: Rodrigo Marinelli/g1
Alto Tietê cria 579 empregos com carteira assinada em junho de 2023 — Foto: Rodrigo Marinelli/g1

O Alto Tietê gerou 579 empregos formais em junho deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O índice representa o saldo entre contratações e demissões realizadas ao longo de todo o mês nas cidades de Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de VasconcelosGuararemaItaquaquecetubaMogi das CruzesPoáSalesópolisSanta Isabel e Suzano.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, a região registrou no período:

  • 14.489 contratações;
  • 13.910 demissões.

Segundo o levantamento, este é o sexto mês consecutivo em que a região registra saldo positivo no Caged. No entanto, os números de junho apresentaram queda de 54,75% na comparação com maio, quando o indicador ficou em 896, e a quarta baixa seguida no ano. Além disso, o resultado do último mês é o menor do ano até o momento, tendo em vista que em janeiro o saldo ficou em 719 e, em maio, 896.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice apresentou queda de 154%. Em junho do ano passado, Arujá (-68), Ferraz de Vasconcelos (-24) e Salesópolis (-1) fecharam o mês com o indicador negativo, enquanto neste ano o saldo negativo foi registrado apenas em Suzano (-494).


Mogi das Cruzes (468) foi a cidade com o maior saldo em junho de 2023, seguida de Ferraz de Vasconcelos (215) e Santa Isabel (107).

Resultados nacionais

A economia brasileira criou 157,19 mil empregos com carteira assinada em junho deste ano, de acordo com o Caged. Ao todo, segundo o governo federal, foram registrados em junho:

Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em junho:

  • 1,914 milhão de contratações;
  • 1,756 milhão de demissões.

O resultado representa queda em relação a junho do ano passado, quando foram criados 285 mil empregos formais. O recuo foi de 45% nesta comparação.

Em junho de 2020, em meio à pandemia da Covid, foram fechados 53,59 mil postos de trabalho e, no mesmo mês de 2021, foram abertas 317,87 mil vagas formais.

A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo anterior mudou a metodologia

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2023/07/27/alto-tiete-cria-579-empregos-com-carteira-assinada-em-junho-de-2023-aponta-caged.ghtml 

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