Passada de pano para Pazuello incentivou golpismo entre militares

 

Sakamoto: 

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/02/2023 18h34

Atualizada em 17/02/2023 19h16

É fundamental o acesso à decisão do Exército que decidiu não punir o deputado federal e general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, avaliou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto.

A decisão do Exército foi sobre a participação de um ato político em 2021, quando ainda era general da ativa, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Para Sakamoto, a decisão do exército passou uma mensagem que incentivou o golpismo entre os militares.

"Que mensagem passou? Que o exército estava permitindo aos seus membros da ativa, soldados, cabos, sargentos, tenentes, majores, capitães, coronéis, generais, declararem, participarem de ações politicas. E onde isso desagua? No 8 de janeiro", opinou Sakamoto.

O colunista do UOL lembrou da atuação de membros das forças armadas durante os atos golpistas que culminaram com a invasão ao Congresso Nacional.

"Nós vimos membros da ativa das forcas armadas participando daqueles atos. E o que vimos nas semanas e meses anteriores? Membros da ativa das forcas armadas passando pano para acampamentos golpistas montados na frente deles", afirmou.

Sakamoto: Bolsonaro ter se vacinado e registrado na carteira seria uma surpresa

Sakamoto também comentou a respeito do sigilo de 100 anos colocados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em seu cartão de vacina. Nesta sexta-feira, a CGU (Controladoria Geral da União) confirmou que investiga a possibilidade de inserção de dados falsos no documento.

Para o colunista do UOL, a liberação do sigilo é importante para a população, já que o ex-presidente teria atacado por diversas vezes os mecanismos de defesa contra a covid-19, como o uso de máscaras e a própria vacinação.

"É necessário também para entendermos quais as motivações do ex-presidente, ainda mais em uma pandemia que matou 698 mil brasileiros até agora", afirmou.

Sakamoto ainda disse que, particularmente, acredita que o ex-presidente tenha se vacinado, mas não registrou no cartão de vacinação.

"Se me perguntar: 'você acha que Jair Bolsonaro se vacinou?'. Eu falo: 'se vacinou, sim, mas não acho que ele registrou na carteira. Se ele registrou na carteira, para mim vai se ruma surpresa', afirmou.

"A família, os filhos tomaram vacina, a esposa, inclusive nos Estados Unidos. Eu acho que ele tomou vacina e não se registrou", finalizou.

O deputado federal Kiko Celeguim, novo presidente do PT em São Paulo, afirmou durante participação no UOL News que será necessário se manter vigilante no estado, que elegeu como governador Tarcísio de Freitas, apoiado por Jair Bolsonaro, nas eleições do ano passado.

"A derrota do bolsonarismo só teve uma etapa, a mais importante é verdade, que foi tirar o Bolsonaro da Presidência da República. Mas ainda assim ele elegeu uma grande bancada de deputados e deputadas e, aqui em São Paulo, ele elegeu um preposto, que é o Tarcisio de Freitas, um candidato que era pouco conhecido da população paulista", afirmou.

"Precisamos estar vigilantes para que o governo de SP não se torne um epicentro de autoritarismo, golpismo e de destruição de políticas públicas que são importantes para acolher as pessoas mais carentes do nosso estado e do nosso país", opinou.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL 

Colaboração para o UOL, em São Paulo 17/02/2023 18h34 Atualizada em 17/02/2023 19h16.. 

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