Postou, se encrencou
– O Bastidor
Jair Bolsonaro pode ser incluído na investigação sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro por ter instigado os terroristas que o apoiam. Apesar de o pedido ao Supremo Tribunal Federal ter partido da Procuradoria-Geral da República, não é assinado por procurador-geral, Augusto Aras, nem por sua vice, Lindôra Araújo.
A solicitação apresentada ao ministro Alexandre de Moraes partiu de Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República. Ele afirma que o fato de Bolsonaro ter publicado um vídeo com informações parciais e mentirosas sobre a eleição instigou os golpistas. O material, depois apagado das redes sociais pelo ex-presidente, é retratado da seguinte forma no pedido:
"O vídeo mostraria um trecho de uma entrevista de um procurador do estado do Mato Grosso do Sul, em que este defende que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria sido fraudada e que o voto eletrônico não seria confiável. No recorte publicado, referido servidor alega que ‘Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE’, e que 'Lula não foi eleito pelo povo brasileiro. Lula foi escolhido pelo serviço eleitoral, pelos ministros do STF e pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral'".
Caso o pedido seja aceito, Bolsonaro vai se juntar a seus aliados Ibaneis Rocha e Anderson Torres, investigados pela falta de segurança no dia 8 que permitiu a destruição do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. A inclusão da dupla foi pedida por Lindôra.
Brenno Grillo
brenno@obastidor.com.br
Publicada em 13/01/2023