Centrão e Flávio querem Carlos fora da campanha de Bolsonaro
Nonato Viegas
nonato.viegas@obastidor.com.br
Publicada em 20/01/2022 às 18:00
O dono do PL, Valdemar Costa Neto, e o chefão do PP, Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, tentaram defenestrar Carlos Bolsonaro da campanha de reeleição do presidente nessa semana.
Os dois contam com o apoio de Flávio Bolsonaro.
De forma muito sutil, seus emissários tentaram convencer o presidente de que o filho zero dois, ao contrário da eleição de 2018, quando comandou a estratégia das redes socais do pai, tem potencial mais destrutivo que construtivo.
A avaliação é de que o vereador desagregaria as alianças do presidente.
Flávio e Carlos têm uma relação difícil desde a candidatura do irmão do meio.
Ele topou se candidatar a vereador para tirar o mandato da mãe nas eleições de 2000.
De lá para cá, o zero dois culpa o zero um pelos desgastes políticos do pai, como o caso das rachadinhas em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Carlos é investigado pelo mesmo crime pelo Ministério Público do Rio.
Flávio avalia que haverá um desgaste ainda maior na relação com irmão, sendo ele coordenador da campanha e tendo Carlos apitando sobre os rumos da disputa.
Já os chefes partidários avaliam que o filho do presidente, por sua instabilidade e radicalidade, é um risco desnecessário.
O argumento é que com PL, PP, PTB e Republicanos, Bolsonaro tem tempo de TV para defender seu governo de ataques de adversários.
Bolsonaro rejeitou de pronto impedir que seu filho trabalhe na campanha.
Mas, de acordo com fontes que frequentam a intimidade do presidente, Bolsonaro avalia esconder o filho - não porque concorda com os aliados, mas por considerá-lo emocionalmente vulnerável.
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