Já vivemos momentos muito ruins em nossas vidas. Momentos de ditadura, de fome, de falta de esperança.
Por Emir Sader
Já vivemos tempos muito desesperadores, como durante o regime militar.
Já vivemos anos de muita miséria, de abandono, de degradação do país.
Mas nunca como nestes mil dias.
Nunca se juntaram tantas coisas ruins ao mesmo tempo.
Nunca o que há de pior esteve no governo do Brasil como agora.
Pelo menos 2 milhões de pessoas tiveram a renda reduzida e caíram para a extrema pobreza.
Em regra são pessoas que vivem nas ruas ou em barracos e enfrentam insegurança alimentar.
Só no estado de São Paulo há 1,79 milhões de pessoas na pobreza e cerca de 394 mil novos pobres desde 2020.
Temos o maior número de pessoas na miséria – 41,1 milhões. Há ainda 2,8 milhões de pessoas na pobreza, com renda per capita entre 90 e 178 reais mensais.
O número de desempregados chega a 14,8 milhões de pessoas.
O salário mínimo necessário seria de 5.422 reais, 5 vezes maior que o piso existente.
A insegurança alimentar aumentou em 33%.
Entre desempregados e pessoas vivendo na precariedade – isto é, com formas de sobrevivência inseguras, sem carteira e contrato de trabalho, sem férias remuneradas, sem licença maternidade, sem garantia que seguirão tendo ganhos no mês seguinte -, estão hoje a maioria dos brasileiros.
Nunca tanta gente vive e dorme nas ruas das grandes cidades brasileiras, completamente abandonados.
Não bastasse tudo isso, o país vive a degradação de ter um presidente que não governa o país, que se preocupa em sobreviver, ele e seus filhos, diante da imensa quantidade de crises cometidas.
Vivemos em um país como uma nau desgovernada, na direção do abismo, sem que ninguém faça nada.
A inflação cresce dia a dia e corrói o parco salário das pessoas.
Os preços, sobretudo dos alimentos, diminuem cada vez mais o que as pessoas conseguem comer.
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