Oficiais do Alto Comando expressam contrariedade com o 7 de Setembro de Bolsonaro

 Nonato Viegas

Publicada em 05/09/2021  

Oficiais do alto comando das Forças Armadas têm dito a interlocutores políticos que estão incomodados com as manifestações pró-governo do dia 7 de setembro.

Segundo dizem, a data tem um simbolismo importante para civis e militares e não deveria ser “contaminada” pela política. 
Menos ainda, afirmam,"contaminada" com ataques a instituições democráticas, como pretende o presidente Jair Bolsonaro em batalha contra o Supremo Tribunal Federal.

A contrariedade, segundo afirmam, é pelo que consideram ser um desrespeito ao Dia da Pátria, ao se promover protestos que dividem os brasileiros - brasileiros que, segundo essa visão militar, deveriam estar unidos celebrando a constituição do país a partir de sua independência.

Na última semana, a mais de um agente político, os generais do Alto Comando do Exército negaram haver possibilidade de uma ruptura institucional a partir do 7 de setembro. 
Entre outras coisas, afirmam que o contexto de 1964 é diferente do atual.

À época, segundo analisam, havia pressão da sociedade civil organizada, como parte da imprensa e entidades empresariais, para uma intervenção.
 Hoje, ocorre o contrário. 
A sociedade civil recusa a possibilidade e só a insinuação já causa reação, como uma série de manifestos.

Há, nesses conversas, porém, uma crítica velada aos comandantes das Forças, embora qualquer manifestação de discordância pública a um superior hierárquico seja intolerável na caserna.

O argumento tem sido usado para justificar certa condescendência para com as vontades de Jair Bolsonaro. 
Ele, o comandante supremo das Forças Armadas, determina e os comandantes assentem. 
A questão, chegou a dizer um general quatro estrelas de forma mais sutil, é que, não sendo uma discordância pública, comandantes podem e devem informar a seus superiores sobre o risco de algumas ordens.

Um exemplo é justamente o 7 de setembro.

As Forças Armadas decidiram suspender os desfiles militares Brasil afora com a justificativa de que o país ainda enfrenta uma pandemia. 
A tropa foi dispensada de um aquartelamento e seguirá seus serviços cotidianos no dia.

Mas o presidente solicitou que se faça uma demonstração de operações na manhã de 7 de setembro no Palácio da Alvorada, antes de ele sair para encontrar seus apoiadores. 

Ao que foi atendido.

Ninguém esquece do tanque saindo fumaça em frente ao Palácio do Planalto, no início de agosto, justamente na votação de um projeto de interesse do presidente numa operação que, pela primeira vez, passou pelo centro do Poder, em Brasília.

Para os oficiais que tem conversado com agentes políticos, as conversas andam cada vez mais necessárias para evitar o entendimento errado das ações militares. 
https://obastidor.com.br/politica/oficiais-do-alto-comando-expressam-contrariedade-com-o-7-de-setembro-de-bolsonaro-1590

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