Apesar da negativa de Bolsonaro, ministros reconhecem que fala do presidente em vídeo foi direcionada à PF e a Moro
Comentarista político da GloboNews, do Bom Dia Brasil, na TV Globo, e da CBN. É colunista do G1 desde 2012
Apesar da versão do presidente Jair Bolsonaro de que se referia à segurança dos filhos, ministros que participaram da reunião registrada em vídeo no dia 22 de abril disseram ao blog que ficou explícito que foi uma citação direta ao então ministro da Justiça Sérgio Moro e à Polícia Federal.
A avaliação desses ministros, é que a fala de Bolsonaro tem gravidade na forma e no conteúdo. Apesar disso, o presidente passou a se defender sobre o conteúdo gravado, afirmando que não cita as palavras “Polícia Federal” e “superintendente” no encontro.
Bolsonaro usou palavrões ao tratar do tema. Um dos presentes à exibição do vídeo relatou que o presidente disse: "Já tentei trocar o chefe da segurança do Rio de Janeiro. Se não posso trocar, troco o chefe dele, troco o ministro”.
“Não vou esperar foder alguém da minha família. Troco todo mundo da segurança. Troco o chefe, troco o ministro”, de acordo com o relato obtido pela TV Globo.
“Isso ficou evidente não só na reunião, mas também pelo desdobramento dela”, disse ao blog um ministro, em referência a demissão de Maurício Valeixo do comando da PF, do pedido de demissão de Moro e da troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro.
A percepção no governo é que o presidente ficou fragilizado e que a partir de agora dependerá ainda mais de uma base mínima no Congresso Nacional para barrar um eventual pedido de impeachment ou mesmo uma denúncia por parte da Procuradoria-Geral da República.