Represa do Rio Jundiaí, em Mogi das Cuzes, tem lama exposta. Em Salesópolis, represa do Paraitinga revela antiga estrada.

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano
 com informações da TV Diário


O esvaziamento das represas da região assusta os moradores e anula o principal cartão postal dos municípios produtores de água. Em Mogi das Cruzes, a represa do Rio Jundiaí não chama mais turistas como antes.
Localizada no Distrito de Taiaçupeba, ela está secando aos poucos e boa parte já virou lama. "A gente sentiu bastante a diferença no fluxo de turistas na represa. Não temos água. Quem vier aqui vai ver o leito morto", conta o morador e artesão Luiz Martins Vieira.
O aposentado Paulo Pinheiro de Sousa, 63 anos, sempre morou às margens da represa. Nas horas de lazer costumava passear de caiaque por ali, porém, ele conta que nunca viu estiagem tão grave. Ele fez fotos do atual leito seco. "Eu espero que nunca mais isso aconteça. Vou guardar a foto de uma tragédia, de uma lembrança que não é boa", diz.
Ele se revolta ao discutir o assunto e acredita que falta planejamento e interesse do poder público. "As cabeceiras estão sendo ocupadas. Preocupam-se muitos com as bacias, os reservatórios, mas o principal são as cabeceiras, onde estão as nascentes. você pega a nascente do Ribeirão Vargem Grande, ele está sendo todo ocupado. A cabeceira do Rio Jundiaí também. Falta planejamento", afirma.
Salesópolis
Local onde o Rio Tietê nasce, a cidade de Salesópolis também não vê situação melhor na barragem da Ponte Nova.  Na entrada do município, eram as águas de Paraitinga que davam as boas vindas para os visitantes e o que se vê agora é o retrato da estiagem.
Para os moradores mais antigos, o longo período de estiagem é também uma viagem ao passado. Aos 65 anos, o aposentado Nelson Soares volta a andar pelas estradas que fizeram parte da infância. Desde que a represa foi construída, elas estavam embaixo da água. "Era uma estrada que cortava de um lado para o outro. Tinha um rio logo na frente, o Rio Paraitinga, e hoje em dia está voltando como era antigamente. A estrada está aparecendo, a água está acabando. Só falta o verde que tinha e agora não tem mais. Mas o resto está igual", conclui.
As represas do Alto Tietê trabalham com 20% da capacidade de armazenamento. Em 2013, no mesmo período, o volume era de 63%.



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