Recebo, com imensa alegria, o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Paris 8.
Recebo, com imensa alegria, o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Paris 8.
É uma honra ser o segundo brasileiro laureado, colocando-me ao lado de uma grande pensadora e filósofa Marilena Chauí.
A homenagem de hoje não é apenas um reconhecimento pessoal.
É um reencontro com valores que moldaram minha vida: a justiça social, a educação como ferramenta de emancipação e o compromisso com os que sempre tiveram de lutar por voz e por espaço.
Forjei minha trajetória na defesa dos direitos dos mais vulneráveis. Esta universidade nasceu da esperança e da coragem do povo francês, no calor das ruas de 1968. Construiu-se como resposta às exigências de uma juventude que sonhava com mundo mais igualitário e um ensino mais acessível, crítico e conectado às realidades sociais. Acolheu estudantes de todas as origens como parte central de seu projeto.
Paris 8 foi pioneira ao abrir as portas para os filhos da classe trabalhadora, os imigrantes, os que não tinham sobrenome famoso. Mostrou que o saber não é privilégio — é direito.
Aqui grandes pensadores como Foucault, Deleuze, o cientista social brasileiro Josué de Castro e meu querido amigo Marco Aurélio Garcia ajudaram a formar um pensamento crítico, que não aceita injustiça como destino e que está comprometido com a transformação social.