Prelúdio do golpe de 8/1 - Um presidente que pede socorro

Ricardo Noblat

 atualizado 

Fábio Vieira/Metrópoles
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Em Brasília, um desfile gigantesco de tropas e de armas do Exército, Marinha e Aeronáutica como só se viu nos anos da ditadura. Uma vez encerrada a demonstração de força militar, Bolsonaro despe o paletó e fala à multidão de seguidores reunida diante do Congresso ou no espaço monumental da Praça dos Três Poderes, a pouca distância do prédio do Supremo Tribunal Federal.

Mais tarde, em todas as capitais e na maior quantidade possível de cidades, realizam-se manifestações profissionalmente organizadas, as que puderem em torno de carros de som e de telões onde poderão assistir a mais uma fala de Bolsonaro, desta vez direto da Avenida Paulista, o coração do bolsonarismo que se recusa a parar de bater e que espera continuar batendo cada vez mais forte.

E de uma ponta à outra do país, seja pela boca de Bolsonaro ou dos oradores escalados para tal ocasião, só se ouvirá o discurso do ódio contra a Justiça que ameaça a democracia tão duramente conquistada, além de pedidos de votos para quem recebeu de Deus a missão de salvar parte do seu rebanho do comunismo e dos que querem destruir valores tão caros como Família e Pátria.

“Será um grito de socorro da população”, disse, ontem à noite, à CNN Brasil, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Zero Um, chefe da campanha que imagina culminar com a reeleição do ex-capitão expurgado do Exército por má conduta. Mas isso é fato do passado. Há 4 anos, para que voltassem ao Poder, os militares ajudaram a eleger Bolsonaro. Estão dispostos a fazê-lo de novo.

“O político tem que brigar pela preferência do povo. Não é um membro do judiciário que tem que brigar por isso”, ensina Flávio, repetindo o que ouve do pai. “As pessoas estão se vendo motivadas a irem para a rua no 7 de setembro, esse ano, exatamente para se somarem a esse grito de socorro que o presidente Bolsonaro está dando para a população. O Brasil já não é uma democracia”.

A observar: primeiro, Flávio disse que o mega comício em produção “será um grito de socorro da população”; depois, que o grito de socorro está sendo dado para a população por Bolsonaro. A verdade parece estar mais para a segunda versão da frase – um grito de socorro ou um pedido de Bolsonaro dirigido aos brasileiros para que o ajudem a vencer no próximo dia 3 de outubro.

Justifica-se o apelo desesperado de ajuda porque a vantagem de Lula sobre Bolsonaro ainda é grande, e a cada pesquisa, ela permanece inalterada. No dia 7 de setembro do ano passado, o país temeu um golpe cuja primeira vítima seria a Justiça. A Avenida Paulista fraquejou. No próximo dia 7 de setembro se verá mais um ensaio. Golpe propriamente dito, só a partir da noite do dia 3.

Se Lula se eleger no primeiro turno com razoável margem de votos, ficará mais difícil haver golpe. Se não, seremos obrigados a coabitar com o fantasma do golpe até o final de outubro ou até 31 de dezembro. 

https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/preludio-do-golpe-de-8-1-um-presidente-que-pede-socorro-2

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