Ausência de Mantega preencherá uma lacuna no governo de transição de Lula

 

Josias de Souza - uol


Guido Mantega em entrevista à GloboNews - Reprodução
Guido Mantega em entrevista à GloboNews Imagem: Reprodução

Guido Mantega é um economista cheio de si. Parece imaginar que, se lhe dessem a atribuição de reformar o Cosmos, melhoraria no dia seguinte o giro das galáxias. 

No gabinete de transição do governo Lula, rodou antes de esquentar a cadeira

Na carta em que pediu para sair, sustentou que sua presença era "explorada pelos adversários." Gente interessada em "tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo." 

A alegação é enganosa, confusa e ofensiva.

Engana porque, manuseando uma meia verdade, Mantega aproveitou justamente a metade que é mentirosa. 

Não chegou a integrar formalmente a equipe de transição, pois decisão do TCU o impede de ocupar funções públicas até 2030.

Era voluntário. 

Confunde porque alguém com o histórico de Mantega dispensa adversários. 

Ofende porque o único a criar dificuldades para o futuro governo foi o próprio Mantega.

Ex-ministro da Fazenda, Mantega é identificado com a ruína da Presidência de Dilma.

 Sua chegada à transição provocou ojeriza em quem tem memória. 

Apressou-se em negar a pretensão de retornar à Esplanada dos Ministérios.

 "Saio dessa vanguarda e fico na retaguarda, ajudando com conselhos e tudo mais".

Mantega achou que seria uma boa ideia dar joelhadas no economista Ilan Goldfajn, indicado pelo Posto Ipiranga Paulo Guedes como candidato do Brasil à presidência do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. 

Mantega contou ter enviado carta à instituição desaconselhando a escolha. Desrespeitou uma unanimidade.

Excetuando-se Mantega, não há na praça quem se anime a criticar Ilan Goldfajn

Brilhou como presidente do Banco Central no ruinoso governo de Michel Temer. 

Vai à disputa pelo comando do BID, no domingo, como um dos favoritos.

Ironicamente, Ilan expôs numa apresentação ao conselho do BID pontos de vista que ornam com a plataforma de Lula.

 Enrolou-se em bandeiras como a prioridade à emergência climática e o combate à pobreza.

Chefe da transição, Geraldo Alckmin aceitou a carta de afastamento de Mantega com a velocidade de um raio. 

A ausência do ex-ministro petista preencherá uma lacuna no governo de transição. 

Excessivamente cheio de si, Mantega revelou-se demasiadamente vazio.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL 

https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/11/17/ausencia-de-mantega-preenchera-uma-lacuna-no-governo-de-transicao-de-lula.htm

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