Mentiras de Bolsonaro unem a Justiça – O Bastidor
A reunião de Jair Bolsonaro para espalhar fake news sobre o processo eleitoral e as urnas eletrônicas e expor erros de grafia em inglês a diplomatas estrangeiros produziu o feito incomum de unir a magistratura.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) divulgaram notas de repúdio.
Sem citar o nome de Bolsonaro, as duas entidades condenaram a fala aos embaixadores e reafirmaram a segurança do sistema eletrônico de votação.
Normalmente, só há concordância entre os grupos em temas corporativos, como salários e benefícios.
Em todos os outros assuntos há inúmeras divergências, devido às divisões na classe - seja por ramo da Justiça (federal e estadual), escola de formação e até o tribunal.
A aglutinação de discursos em favor da democracia e contra Bolsonaro repete o que ocorre na cúpula do Judiciário.
No STF, por exemplo, à exceção de Kássio e André Mendonça, nomeados por Bolsonaro, os nove outros ministros deixaram divergências de lado para defender a corte contra atitudes do presidente.
A iniciativa de Bolsonaro apenas aprofundou a crise criada por ele mesmo com o Judiciário.
A Ordem dos Advogados do Brasil também criticou Bolsonaro.
Na mesma linha da magistratura, a OAB fez a defesa do sistema eleitoral sem criticar diretamente o presidente.
A atitude destoa da conduta mais recente da entidade, que tem evitado tomar posições em temas políticos devido à presença de bolsonaristas em seus quadros.