Documento mostra que Pazuello sabia da crise de oxigênio em Manaus desde 8 de janeiro

 Ex-ministro da Saúde disse à CPI que só foi informado sobre o problema dois dias, após reunião com o governador do Amazonas. 

O ex-ministro Eduardo Pazuello mentiu à CPI da Covid quando falou que foi informado sobre a falta de oxigênio em Manaus apenas em 10 de janeiro.

 Documento de seu próprio gabinete na Saúde revela que ele tinha conhecimento da crise no Amazonas desde o dia 8 daquele mês.

A comunicação, à qual O Antagonista teve acesso, também afirma que os médicos Paulo Porto e Roberto Zeballos, suspeitos de integrar o chamado “Ministério da Saúde paralelo”, entregaram a Pazuello uma “proposta de enfrentamento à pandemia em Manaus

A proposta consistia em se instituir o chamado “tratamento precoce” na capital amazonense. Os dois são entusiastas do uso da cloroquina para o tratamento de Covid.

“Foi detectado, ainda, logo no início do período, a gravíssima situação dos estoques de oxigênio hospitalar em Manaus, em quantidade absolutamente insuficiente para o atendimento da demanda crescente. Tal problema chegou ao conhecimento do Ministério no dia 8 de janeiro, por meio de um e-mail enviado por Petrônio Bastos, da White Martins (fabricante do produto)”, detalha o documento do próprio Ministério da Saúde.

“Tal evolução fez crescer de importância a visita, já programada do ministro da Saúde e seu secretariado a Manaus, alterando, inclusive, a programação original, para que fossem incluídas visitas a instalações ligadas ao armazenamento e manejo do oxigênio hospitalar”, prossegue o relatório do gabinete do então ministro da Saúde. 

A participação dos médicos Paulo Porto e Roberto Zeballos é citada como uma das providências adotadas pela pasta para conter o avanço da pandemia em Manaus. 

No ano passado, Zeballos teve uma reunião em agosto com Jair Bolsonaro, ao lado de Nise Yamaguchi, para defender o chamado “tratamento precoce” contra Covid.

“Considerando a iminência de colapso na estrutura da saúde da cidade de Manaus, foi sugerida a atuação em várias frentes: educação sanitária da população e/ou introdução do diagnóstico e tratamento precoce”, relata o Ministério da Saúde, sobre a atuação de Porto e Zeballos

Por Wilson Lima

04.06.21 19:02

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