Caged: sete setores apresentam alta no número de empregos
Apenas a Agricultura apresentou mais demissões do que contratações em
agosto no resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgado hoje (21) pelo Ministério do Trabalho. Os demais
setores da atividade econômica, como indústria, serviços, construção
civil e comércio, registraram saldo positivo no número de admissões, em
comparação com o de desligamentos.
A expansão do nível de emprego no setor foi de 66 mil postos de
trabalho, mais da metade das 110.431 novas vagas criadas no mês passado.
Os sete setores com resultado positivo foram: extrativa mineral,
indústria de transformação, serviços industriais de utilidade pública,
construção civil, comércio, serviços e administração pública.
Os principais subsetores que tiveram saldo positivo foram o de
ensino, serviços médicos e odontológicos, alojamento e alimentação,
administração de imóveis, transportes e comunicações. Proporcionalmente,
a maior alta foi na construção. Com 11 mil novos empregos formais, o
setor cresceu 0,57% em comparação com julho, apresentando bons
resultados em obras de edifícios e instalações industriais especialmente
em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Já o setor de comércio foi impulsionado tanto pelas vendas no mercado
varejista quanto no atacadista. A indústria de transformação registrou
alta de emprego nos ramos alimentício, de bebida, químico, mecânico,
madeireiro, dentre outros. Por outro lado, foram apresentadas quedas no
número de admissões da indústria de borracha e fumo, na de vestuário e
têxtil.
Divisão regional
Segundo o Ministério do Trabalho, 22 unidades da Federação tiveram
saldo positivo de vagas em agosto. Os cinco estados com desempenho
negativo foram Acre, Sergipe, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e
Maranhão. A primeira colocada foi a Paraíba, com a abertura de mais de 7
mil empregos, crescimento de 1,85% em relação ao mês anterior. Em
seguida vêm, proporcionalmente, os estados de Alagoas, Rio Grande do
Norte, Pernambuco, Pará e Amapá. Com os dados, a região do Nordeste
apresentou um crescimento percentual superior às demais regiões.
Reforma trabalhista
Com as alterações na Consolidação das Leis de Trabalho, que foram
aprovadas pelo Congresso Nacional e entraram em vigor no mês de novembro
do ano passado, o Brasil registrou a demissão de 15 mil trabalhadores
por meio de acordo consensual entre empregador e empregado. Com as
mudanças, as empresas são obrigadas a pagar metade do aviso prévio e
metade da multa de 40% do saldo do FGTS, sem que o funcionário tenha
direito ao seguro-desemprego.
Os principais desligamentos mediante acordo ocorreram nos setores de
serviços, comércio e indústria. Já na modalidade de trabalho
intermitente e o trabalho em regime parcial, que também foram
oficializadas com a reforma, o saldo foi positivo. De acordo com o
Caged, o mês de agosto fechou com cerca de 4 mil e 3 mil novos empregos
nas duas áreas, respectivamente.
Por
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Edição: Davi Oliveira