sábado, 30 de agosto de 2025

PF indicia Marcos do Val, Allan dos Santos e Eustáquio por ameaças a delegado da PF

 


 Atualizado em 29 de agosto de 2025 às 23:23

PF indicia Marcos do Val, Allan dos Santos e Eustáquio por ameaças a delegado da PF 


A Polícia Federal (PF) indiciou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os influenciadores bolsonaristas Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio e Ednardo Raposo em inquérito sobre ameaças ao delegado Fabio Shor. Os quatro foram acusados de crimes relacionados à intimidação do policial.

Shor apurava casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando passou a sofrer ataques. Seus dados, assim como os da esposa e do filho, foram expostos na internet. Postagens falsas o acusavam de apontar armas contra crianças, aumentando os riscos à família.

As ameaças começaram logo após o indiciamento de Bolsonaro no caso das joias, em julho de 2024. Uma pelúcia foi deixada no limpador traseiro de seu carro, em Brasília, e documentos pessoais do delegado foram divulgados nas redes da filha de Eustáquio.

O delegado Fábio Shor. Foto: Reprodução

Do Val também coletou informações sobre operações policiais em planilhas e publicou postagens detalhando a atuação de agentes. Em uma delas, compartilhou vídeo de uma criança de seis anos relatando medo durante uma ação, pedindo que seus seguidores criticassem o delegado. 

Do Val foi indiciado por embaraço a investigação de organização criminosa e corrupção de menor, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Allan dos Santos responde por embaraço e incitação ao crime. Eustáquio é acusado de embaraço, divulgação de dados sigilosos e corrupção de menor. Já Ednardo Raposo foi indiciado por embaraço de investigação.

De acordo com a PF, os ataques eram articulados por Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos desde 2021. Eustáquio está na Espanha desde 2023. O grupo divulgava informações privadas e estimulava ataques a delegados federais para atrapalhar apurações.

As ameaças a Shor resultaram na suspensão da rede social X no Brasil, em 30 de agosto de 2024. A plataforma descumpriu decisões judiciais que ordenavam a remoção de conteúdos ligados aos investigados, incluindo postagens de Marcos do Val.

A antecessora de Shor, delegada Denisse Ribeiro Dias, também foi alvo de intimidações. Ela recebeu e-mails ameaçadores e ofertas de até US$ 5 milhões em troca de informações de operações que poderiam influenciar decisões do ministro Alexandre de Moraes.

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