sexta-feira, 29 de agosto de 2025

A revista The Economist, muitas vezes tratada como a “Bíblia da Economia” por mercados e governos, deu uma chapoletada em Bolsonaro e em Trump

 

leosakamoto


A revista The Economist, muitas vezes tratada como a “Bíblia da Economia” por mercados e governos, deu uma chapoletada em Bolsonaro e em Trump, ao dizer, em sua capa, que o Brasil oferece uma lição de maturidade democrática aos Estados Unidos ao levar o ex-presidente a julgamento por tentativa de golpe de Estado. 

Mais do que isso: a revista diz que o papel de adulto no continente americano agora é do nosso país.


Não só narra a queda de Jair, como a encapsula na forma mais humilhante possível em sua capa ao retratá-lo vestido com a cabeça de búfalo e pinturas faciais que remetem diretamente a Jake Angeli-Chansley, o notório “Chifrudão do Capitólio” ou “Xamã QAnon”, que se tornou o rosto lunático da invasão ao Congresso norte-americano em 6 de janeiro de 2021.

Invasão incitada por Trump, que havia perdido a reeleição, tal como Bolsonaro fomentou o 8 de janeiro de 2023 após perder as reeleição. 

Nesse sentido, a revista equipara o movimento bolsonarista ao trumpismo em seu aspecto mais patético e perigoso: a capacidade de atropelar as instituições e incitar o caos em nome de seu líder.

Para a revista, Bolsonaro não é um estadista ou um líder global digno de respeito, mas a versão tropical de um insurgente conspiracionista caricato cujo destino final é a ridicularização e a responsabilização judicial. 

E diz que o golpe fracassou por incompetência e não por falta de intenção.

“Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários — com Donald Trump esta semana mexendo com o Federal Reserve e ameaçando cidades controladas pelos democratas. Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia”, avalia a revista.

A imagem na capa é, no fim, um epitáfio visual para o bolsonarismo: um movimento que aspirava ao poder absoluto, mas que será lembrado pelo fracasso ridículo de sua insurreição e pelo isolamento judicial de seu líder. Não como um guerreiro, mas como alguém que achou que vivia no passado, mas vai ser julgado pela Justiça de um país que decidiu amadurecer .