quinta-feira, 10 de julho de 2025

A ofensiva do governo de Donald Trump contra as instituições brasileiras

 

A ofensiva do governo de Donald Trump contra as instituições brasileiras - nas redes sociais, em declarações públicas e na aplicação de tarifas de 50% - tem como meta abalar a eleição de 2026. Fontes e conselheiros da Casa Branca confirmaram ao UOL que o Brasil é considerado como uma peça chave e “joia da coroa” na estratégia americana de retomar uma “ampla influência” na América Latina.


Um passo fundamental nessa operação é a de garantir que não haja, no Brasil, um governo que coloque travas ou que seja um obstáculos para as pretensões dos EUA na região.

A estratégia, portanto, é a de “criar condições” para que um aliado de Trump seja eleito em 2026. Não há o sentimento de que esse candidato seja necessariamente Jair Bolsonaro. O ex-presidente, portanto, está sendo instrumentalizado com dois objetivos: criar uma vez mais um sentimento de incerteza sobre as instituições brasileiras e desestabilizar o atual governo Lula.

O que está em jogo para os americanos é a influência chinesa na América Latina.

O cálculo americano é de que, hoje, já contam com importantes aliados na região, incluindo Argentina, Equador, Peru, Guiana, Paraguai e Peru. Na América Central, a aliança com El Salvador, Panamá e uma pressão forte sobre o Caribe também estão dando resultados.

Crítico ainda para o avanço americano na região será a eleição no Chile e a na Colômbia.

Mas a “joia da coroa” seria a eleição de 2026 no Brasil. A Casa Branca vê Lula como um obstáculo real, tanto à adoção de um plano anti-China, como na resistência contra uma agenda ultraconservadora em agências como OEA, Comissão Interamericana de Direitos Humanos e programas regionais.

Enquanto o Brasil não for governador por um aliado, o governo Trump considera que sua ofensiva na região irá esbarrar na capacidade de Brasília de construir uma espécie de resistência.