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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
O FUTURO DO TRABALHO - Quase 50% das atividades podem ser automatizados com tecnologias atuais Estudo publicado pelo McKinsey Global Institute envolve US$ 11,9 trilhões em salários e afeta 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo.
- ---------------------------------------------------------- Matérias relacionadas O mundo está prestes a passar por uma revolução robótica, que
vai transformar a economia global nos próximos 20 anos.
Com máquinas no
lugar de funcionários humanos, os custos para os negócios serão
reduzidos, mas a desigualdade social será exacerbada.
Essa é a conclusão
de um relatório elaborado pelo Bank of America Merrill Lynch, e
divulgado nesta quinta-feira pelo jornal britânico “Guardian”.
“Nós enfrentamos uma mudança de paradigmas que vai alterar a forma
como vivemos e trabalhamos”, diz o documento. “O ritmo de inovações
tecnológicas disruptivas deixou de ser linear e se tornou parabólica em
anos recentes.
A penetração de robôs e inteligência artificial atingiu
todos os setores industriais, e se tornou uma parte integral das nossas
vidas”.
Por outro lado, essa revolução pode fazer com que 35% dos
trabalhadores britânicos e 47% dos americanos corram riscos de serem
trocados pela tecnologia nas próximas duas décadas, segundo estudo da
Universidade Oxford citado no relatório.
E como o desaparecimento de
empregos será concentrado nos setores mais baixos da pirâmide social, o
resultado será o aumento da desigualdade.
“A tendência é preocupante em mercados como os EUA, porque muitos dos
empregos criados em anos recentes são de baixa remuneração, manuais ou
serviços que são geralmente considerados de alto risco de substituição”,
aponta o relatório.
“Um grande risco sobre o avanço dos robôs e da
inteligência artificial é o potencial para aumentar a polarização do
trabalho, particularmente para empregos de baixa remuneração, como
ocupações no setor de serviços, e um esvaziamento dos empregos manuais
de renda média”.
Os autores calculam que o mercado global de robôs e inteligência
artificial alcançará US$ 152,7 bilhões em 2020, e a adoção dessas
tecnologias pode aumentar a produtividade em até 30% em algumas
indústrias.
Enquanto a transferência da produção para outros países pode
reduzir os custos de mão de obra em 65%, a substituição de
trabalhadores humanos por máquinas pode economizar até 90%.
Nos setores manufatureiros mais avançados, como entre as fabricantes
de veículos japonesas, robôs já são capazes de trabalhar sem supervisão
humana, 24 horas por dia, 30 dias por mês, praticamente sem
interrupções.
A estimativa é que existam, em média 66 robôs para cada
cem mil trabalhadores no mundo; mas no setor automotivo nipônico existem
1.520.
E não serão apenas os trabalhadores de linhas de produção os
substituídos.
Levantamento realizado em 2013 pelo McKinsey Global
Institute apontou que US$ 9 trilhões em custos com funcionários poderão
ser cortados se computadores inteligentes assumirem serviços como
análise de crédito e aconselhamento financeiro. E essa vantagem
competitiva deve provocar uma corrida entre as companhias.
“A adoção antecipada será vantagem competitiva chave, enquanto os que
ficarem para trás nos investimentos verão sua competitividade desabar”,
aponta o relatório.
O temor da substituição dos trabalhadores por máquinas não é novo.
A
mesma coisa aconteceu há dois séculos, com o surgimento das máquinas a
vapor, e no fim do século passado, com ascensão dos computadores. Beijia
Ma, autora principal do relatório, aconselha que os temerosos em
relação ao avanço da robótica devem melhorar suas habilidades.
Por outro lado, Andrew Simms, do New Weather Institute, vê na
robótica uma oportunidade para realização das previsões do economista
John Maynard Keynes, sobre as reduções das horas semanais de trabalho
para 15 horas, com o restante do tempo sendo dedicado ao lazer.
Mas para
isso, afirma o pesquisador, será preciso repensar a relação entre
trabalho e sociedade.
— Nós estamos em perigo. Pela primeira vez na história, estamos
criando um número grande de pessoas que não são necessárias — afirmou
Simms. — A questão deveria ser qual o topo de economia queremos, e para
satisfazer quais necessidades humanas?