O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto disse
hoje (20) que a Operação Lava Jato é um “patrimônio” da sociedade
brasileira e que não pode haver “paralisia demorada e menos ainda
retrocesso” na condução dos processos no Supremo após a morte do relator
do caso, ministro Teori Zavascki.
“Teori trazia a tiracolo,
metaforicamente, essa adolescente chamada República e plantou sementes
que certamente ficarão. Entre essas sementes, a compreensão de que a
Lava Jato é um patrimônio objetivo da própria sociedade brasileira, no
sentido de que não pode experimentar paralisia demorada e menos ainda
retrocesso”.
Segundo ele, a Lava Jato faz parte de um “projeto de vida
nacional de saneamento de costumes”.
Em entrevista exclusiva ao programa Corredores do Poder, da TV Brasil,
Britto disse que a Corte deverá encontrar “a melhor saída para
conciliar o devido processo legal e o julgamento justo dos envolvidos na
operação”.
Ayres Britto lamentou a perda para o país pela
“partida inesperada” de Teori e disse que o ministro deixou um legado do
bem para a Justiça no país.
“O povo brasileiro, que sabe estar vivendo
uma decisiva hora de fazer destino, tinha em Teori Zawascki um poderoso
aliado para chegar ao seu ponto de centralidade ética, democrática,
humanista. E esse aliado partiu, partindo o coração da gente”, disse.
Repercussão
Pelo
Twitter, o também ex-presidente do STF Joaquim Barbosa disse estar
“chocado e muito triste” com a morte trágica de Zavascki.
“Era um juiz
primoroso sobre o qual repousavam, nesse delicado momento por que passa o
país, enormes responsabilidades”, escreveu.
“Eu tinha grande admiração
pelo trabalho que o Teori vinha realizando no Supremo. Fará muita falta
ao país, sem dúvida.”, completou Barbosa.
Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil
Edição: Luana Lourenço