A maior cautela dos bancos em conceder empréstimos e os juros mais
altos têm ajudado a impulsionar a procura pelo crediário no comércio,
mostra uma reportagem do Jornal Hoje deste sábado (02).
A modalidade de
crédito é feita diretamente entre o consumidor e as empresas de varejo.
CALCULADORA DO G1: à vista ou parcelado?
Em fevereiiro de 2016, lojas em todo o país perceberam um aumento de
19,5% nas vendas parceladas diretamente com o boleto ou carnê da loja,
em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a reportagem.
Em tempos de taxa de desemprego a 8,2%,
o crediário virou solução para fugir dos altos juros do cartão de
crédito, dos bancos e das financeiras, que ficaram mais cautelosos ao
emprestar dinheiro, de olho no risco de inadimplência.
As taxas de juros do crédito voltaram a subir em fevereiro,
segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças
(Anefac), e a tendência é que as taxas voltem a subir nos próximos
meses.
No comércio, os juros passaram de 92,29% para 94,49% no mês.
Para as pessoas físicas, a taxa média em todos os tipos de crédito
alcançou 145,46% ao ano – a maior desde fevereiro de 2005, quando ficou
em 146%.
No cartão de crédito, os juros foram de 419,6% ao ano em
fevereiro, maior patamar desde outubro de 1995.
Óticas, móveis e saúde têm maior procura
Segundo dados da Multicrédito, os setores em que o crediário mais
cresce são o de ótica e relojoaria, moveis e decoração e saúde e
estética.
"A loja não depende do mercado financeiro para abrir seu
crediário, para alavancar seu volume de vendas", diz Flávio Vaz Peralta
da Multicrédito.
No crediário, os juros são menores porque o crediário é da loja,
explica Peralta. As vendas de eletronicos no crediário, por exemplo, vêm
caindo.
E quem ganha folego é o varejo no setor de construção civil,
que contriuiu muito para o aumento das vendas.