sábado, 2 de março de 2024

Mega-Sena acumula e prêmio chega a R$ 205 milhões; Os números sorteados foram 15-17-32-33-34-40


Colaboração para o UOL, em São Paulo


Ninguém acertou as seis dezenas sorteadas hoje no concurso 2695 da Mega-Sena.

O que aconteceu:

Os números sorteados foram 15-17-32-33-34-40.

O próximo concurso será realizado na terça, com prêmio estimado de R$ 205 milhões - quinto maior valor da história em um sorteio regular da Mega-Sena.

249 apostas acertaram cinco dezenas e ganharam R$ 40.004,466

Houve 15.891 jogos vencedores com quatro números; cada um deles fatura R$ 895,48.

Como faço para participar do próximo sorteio da Mega-Sena?

Você precisa fazer uma aposta de seis a 20 números nas lotéricas credenciais pela Caixa, ou no site especial de loterias do banco. Participam do próximo concurso todas as apostas registradas até 19h do dia do sorteio.


Quanto custa apostar na Mega-Sena?

Depende de quantos números você pretende colocar no jogo. A aposta mínima custa R$ 5, e você tem direito de escolher seis dezenas de 1 a 60. Se quiser colocar um número a mais para aumentar as chances de acerto, o preço do jogo sobe para R$ 35.


Quais foram os maiores prêmios dos concursos regulares da Mega-Sena?

  • 2.525, 01/10/2022, 2 apostas vencedoras; premiação total: R$ 317,8 mi
  • 2.150, 11/5/2019, aposta vencedora; premiação total: R$ 289,4 mi
  • 2.237, 27/2/2020; 2 apostas vencedoras; premiação total: R$ 211,6 mi
  • 1.764, 25/11/2015; aposta vencedora; premiação total: R$ 205,3 mi
  • 1.772, 22/12/2015; 2 apostas vencedoras; premiação total: R$ 197,4 mi
  • 2.463, 19/03/2022; 2 apostas vencedoras; premiação total: R$ 189,3 mi
  • 2.562, 08/02/2023; 2 apostas vencedoras; premiação total: 152,8 mi
  • 1.655, 22/11/2014; 2 apostas vencedoras; premiação total: R$ 135,3 mi
  • 2.548, 14/12/2022; 1 aposta vencedora; premiação total: R$ 134,8 mi
  • 2.161, 19/6/2019; 1 aposta vencedora; premiação total: R$ 124,2 mi
  • 2.189, 18/9/2019: 1 aposta vencedora; premiação total: R$ 120 mi
  • 1.220, 6/10/2010; aposta vencedora; premiação total: R$ 119,1 mi

E quais são as minhas chances de ganhar na Mega-Sena?

Isso também varia de acordo com a quantidade de dezenas na sua aposta. Com a menor (R$ 5), com seis números, a chance de acertar todas as bolinhas sorteadas e faturar o prêmio maior é de uma em 50.063.860. Jogando uma dezena a mais (R$ 35), a probabilidade aumenta. Passa a ser de uma em 7.151.980. Quem estiver disposto a pagar mais de R$ 25 mil na aposta com 15 dezenas terá uma chance em 10.003 de cravar tudo e ficar milionário.

Se você desembolsar R$ 40 mil e jogar 16 números, terá uma chance em 6.252; com 17 números e R$ 61,8 mil investidos, você tem uma chance em 4.045; com 18 números você paga mais de R$ 92,8 mil e tem uma chance em 2.697; com 19 números desembolsa mais de R$ 135 mil e sua chance será uma em 1.845; e com 20 números você paga o valor máximo de R$ 193,8 mil e tem uma chance em 1.292.

Como funciona o bolão que a Caixa vende nas lotéricas?

Esses bolões são organizados pelas próprias lotéricas credenciadas pela Caixa. São apostas em grupo com preço mínimo estipulado em R$ 15 no caso da Mega-Sena. A cota mínima obrigatória por participante é de R$ 6. Nessa modalidade, pode existir uma taxa de serviço adicional de 35% do valor da cota. O bolão da Mega-Sena permite de duas a 100 cotas. Em cada bolão, é possível fazer dez apostas diferentes.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/2024/03/02/mega-sena-concurso-2695-sorteio-02-de-marco.htm

Autoridades encontram esquema contra Judiciário e PF nas anotações de general Heleno


Publicado por
Julio Cesar Silva
-
Atualizado em 2 de março de 2024 às 21:22

A Polícia Federal descobriu na agenda pessoal do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), um conjunto de notas que sugerem medidas para limitar o trabalho da corporação e até mesmo resultar na detenção de delegados.

O general é um dos alvos da investigação que visa autoridades suspeitas de conspirar contra o Estado. Sob a aparência de seguir a lei, ele registrou um plano que consistia em coordenar o Ministério da Justiça, a Advocacia-Geral da União e a Presidência para, alegando combater supostas ordens judiciais excessivas, impedir que a polícia cumprisse certas decisões judiciais.

De acordo com as anotações do ex-ministro do GSI, a qual a Veja teve acesso, o processo  começaria com o Ministério da Justiça definindo uma estratégia para a PF; depois a AGU avaliaria se a decisão judicial era legal ou não e, por fim, o presidente da República daria respaldo legal à nova regra, que incluía, por exemplo, a prisão em flagrante de um delegado que se dispusesse a obedecer a uma ordem judicial previamente identificada pela AGU como ilegal.

“O AGU elabora um parecer embasado na jurisprudência afirmando a ilegalidade da ordem. Existe um princípio jurídico de que ordens manifestamente ilegais não devem ser obedecidas”, escreveu o general. “Ao aprovar o parecer do AGU, qualquer ordem manifestamente ilegal não deve ser cumprida, pois configuraria Crime de Responsabilidade”.

Bolsonaro e Augusto Heleno. Foto: Reprodução

Essa narrativa apresenta semelhanças com o enredo de um suposto plano golpista encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Na ocasião, a PF havia identificado o esboço de um decreto de Estado de Sítio a ser implementado diante de alegadas arbitrariedades cometidas pelo Poder Judiciário, que, segundo os apoiadores do ex-presidente, estaria comprometendo a “moralidade institucional” do país.

O documento em posse de Cid afirmava: “o juiz de Direito (seja ele ministro do STF, ou não) nunca pode agir sem a devida e esperada conformidade de suas decisões com a moralidade institucional. Enquanto ‘guardiães da Constituição’, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, STF, também estão sujeitos ao ‘Princípio da Moralidade’, inclusive quando promovem o ativismo judicial”.

No auto de busca e apreensão contra Augusto Heleno, que teve seu apartamento em Brasília revistado pela PF em 8 de fevereiro, os policiais registraram ter encontrado também dois documentos intitulados “Chegou a hora de salvar o Brasil” e “General Heleno”, notas sobre supostas irregularidades em urnas eletrônicas.

Foram encontrados também quatro relatórios no total, com quatro páginas intituladas “Relatório de Análise da Urna Eletrônica (2016)”, “Relatório de Análise do Código-fonte dos Sistemas Eleitorais (2018)”, “Relatório dos Testes de Confirmação TPS (2019)” e “Relatório de Inspeção do Código-fonte do Sistema Brasileiro de Votação Eletrônica edição 2020” – e menções ao que o militar denominou “Dossiê ‘O Mecanismo das Fraudes'”.

Veja as imagens divulgadas pela Veja:

Anotações de Heleno. Foto: Divulgação/ Veja
Anotações de Heleno. Foto: Divulgação/ Veja
Anotações de Heleno. Foto: Divulgação/ Veja. 
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/autoridades-encontram-esquema-contra-judiciario-e-pf-nas-anotacoes-de-general-heleno/

No #JornalDaCultura deste sábado (2), você vai ver:

  Estados Unidos fazem ajuda humanitária para população da Faixa de Gaza com lançamento aéreo de comida; Brasil faz dia D de combate à dengue; endocrinologista cede entrevista exclusiva sobre os riscos à saúde mental que a obesidade traz.


Para comentar essas e outras notícias, Rodrigo Piscitelli recebe a cientista política Denilde Holzhacker e o consultor em educação Alexandre Schneider

Freire Gomes afirma à PF que Bolsonaro deu ordem para não desmontar acampamentos golpistas


Fontes ligadas ao general indicam que o depoimento também confirmou a presença de Bolsonaro na reunião com comandantes das Forças Armadas em que foi apresentada a minuta do golpe

General Marco Antonio Freire Gomes e Jair Bolsonaro
General Marco Antonio Freire Gomes e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR | Reuters)

247 - O ex-comandante do Exército no governo Bolsonaro (PL), o general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, respondeu a mais de 200 questionamentos da Polícia Federal durante seu depoimento de oito horas nesta sexta-feira (1). Segundo informações reveladas pelo Jornal da Band na noite deste sábado (2), Freire Gomes confirmou que não desmontou acampamentos de manifestantes golpistas na porta de Quartéis-Generais do Exército por ordem direta do ex-presidente.

O general também confirmou o relato feito pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, sobre a existência da reunião com os comandantes das Forças Armadas em que foi apresentada a minuta do golpe, que planejava a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o impedimento da posse do presidente Lula (PT). As novas informações obtidas pela Band, com fontes ligadas ao próprio general, indicam que Freire Gomes também confirmou a presença de Bolsonaro na reunião em questão, que teria ocorrido após as eleições, ainda durante o governo do ex-ocupante do Palácio do Planalto. 


As informações sobre o depoimento de Freire Gomes estão sob máximo sigilo, visando evitar vazamentos que possam comprometer a investigação em curso. A cautela que a PF tem adotado em relação ao depoimento é tamanha que nem a própria defesa do general foi autorizada a levar uma cópia do depoimento.https://www.brasil247.com/brasil/freire-gomes-afirma-a-pf-que-bolsonaro-deu-ordem-para-nao-desmontar-acampamentos-golpistas

sexta-feira, 1 de março de 2024

Brasil ascende ao topo das economias globais após sucesso do 1º ano do governo Lula -

 

 O Cafezinho

O Brasil marcou sua posição entre as dez maiores economias do mundo após um crescimento anual de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 1, pelo IBGE. De acordo com a análise da Austin Ratings, o país superou o Canadá e a Rússia, posicionando-se em nono no ranking […]

RICARDO STUCKERT/PR

O Brasil marcou sua posição entre as dez maiores economias do mundo após um crescimento anual de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 1, pelo IBGE.

De acordo com a análise da Austin Ratings, o país do superou o Canadá e a Rússia, posicionando-se em nono no ranking global com um PIB que atingiu US$ 2,17 trilhões no ano anterior.

Este avanço foi fundamentado em dados preliminares de PIBs em valores correntes divulgados por 54 nações. Em contraste, no ano de 2022, o Brasil ocupava a 11ª posição conforme informações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

No topo da lista, os Estados Unidos mantêm a liderança com um PIB de US$ 26,9 trilhões, seguidos pela China com US$ 17,7 trilhões. A Alemanha (US$ 4,4 trilhões), Japão (US$ 4,2 trilhões) e Índia (US$ 3,7 trilhões) completam os cinco primeiros lugares.

Reino Unido, com um PIB de US$ 3,3 trilhões, ocupa a sexta posição, seguido pela França (US$ 3 trilhões) e Itália (US$ 2,18 trilhões). Após o Brasil, o Canadá figura em décimo lugar com um PIB similar de US$ 2,17 trilhões.

O presidente Lula expressou otimismo em relação ao crescimento econômico do país, afirmando: “Crescemos bem mais do que o previsto e vamos continuar trabalhando“. 

Além do Brasil, o México destaca-se como a economia latino-americana mais próxima de entrar na lista das maiores economias globais, situando-se na 12ª posição com um PIB de US$ 1,81 trilhão. https://www.ocafezinho.com/2024/03/01/brasil-ascende-ao-topo-das-economias-globais-apos-sucesso-do-1o- ano-do-governo-lula/

Pibão do Lula: economia cresce 3 vezes mais que o esperado

 Pibão do Lula: economia cresce 3 vezes mais que o esperado

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,9% em 2023, somando R$ 10,9 trilhões. O resultado, divulgado na manhã desta sexta-feira (1º) pelo IBGE, veio em linha com as projeções, mas bem acima do que era estimado no início do ano passado. linha com as projeções, mas bem acima do que era estimado no início do ano passado.

Sob Bolsonaro, Abin redigiu relatório baseado em fake news sobre as urnas eletrônicas


Alexandre Ramagem e General Augusto Heleno abraçam-se na solenidade de posse na Abin. Créditos: Reprodução/Commons Wikimedia
Por Raphael Sanz
POLÍTICA1/3/2024 · 17:47 hs

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu em 2020 relatório sobre uma fake news a respeito das urnas eletrônicas a mando de Alexandre Ramagem, então chefe do órgão nomeado por Jair Bolsonaro (PL) e subordinado ao general Augusto Heleno, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Ainda, o pedido para a produção do relatório foi feito de maneira informal via WhatsApp pelo próprio Ramagem.

As novas revelações do escândalo apelidado de “Abin paralela” foram trazidas a público nesta sexta-feira (1) pelo jornal O Globo.

  • Ramagem recebeu informações da Abin quando não era mais diretor

A publicação relembra que em julho de 2020 os apoiadores do então presidente Bolsonaro começaram a difundir em massa uma fake news envolvendo a Positivo Tecnologia, empresa que fabrica computadores e softwares com sede em Curitiba, no Paraná. A empresa tinha vencido uma licitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fabricar urnas eletrônicas.

Já a mentira da ocasião apontava que o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), fundador da empresa que já não estava nos seus quadros desde 2012, teria relações com Sergio Moro – que havia acabado de deixar o Ministério da Justiça após se desentender com Bolsonaro – e uma empresa de tecnologia chinesa. A “prova”, é claro, estaria nas iniciais da Positivo Tecnologia, “PT”, que subliminarmente denunciaria as ligações da empresa com o partido do atual presidente Lula (PT). Ou seja, haveria uma conspiração envolvendo a empresa para derrotar Bolsonaro nas eleições seguintes.

  • Monica Benício quer saber se Carlos Bolsonaro usou estrutura da Câmara para Abin paralela

Mas a Positivo Tecnologia foi fundada na década de 1980 e desde então fornece equipamentos para diversos órgãos públicos. À época da viralização da fake news bolsonarista a empresa também tinha contratos com os governos do Ceará e Rio Grande do Sul, além de parceria com a Agência Nacional de Tecnologia que previa fornecimento de notebooks a escolas.

Mas mesmo com a falsidade das informações verificada publicamente, Ramagem teria dado a ordem para a produção do relatório a respeito do assunto. Na mensagem enviada a agentes da Abin para “investigar as relações entre o senador e a empresa”, o “DG” (diretor-geral; Ramagem) pede para analisar a situação da empresa e a “possibilidade de interferência”.

Acontece que os agentes da Abin não encontraram qualquer lastro na realidade que pudesse comprovar a paranoia bolsonarista, e isso foi colocado no famigerado relatório. No fim das contas, o documento contém justamente as informações sobre o caso que estão divulgadas publicamente na imprensa e nas redes sociais.

Entre essas informações, uma outra obviedade: que o senador Oriovisto é de um partido de centro-direita e não possui relações com a esquerda. Na juventude, ele chegou a ser marxista, participou do movimento estudantil e ficou preso durante o regime militar. Mas faz décadas que não está mais envolvido diretamente com quaisquer esquerdas. Ao jornal O Globo ele lamentou que a Abin o tenha tido como alvo.

“É uma tolice. Tenho 78 anos e estão falando de 1968, quando fiz parte do movimento estudantil. Isso, para mim, atesta a incompetência do serviço de informação”, declarou.

Para a PF, o caso é mais um flagrante ataque às urnas e pode entrar no rol de investigações acerca dos atos antidemocráticas e tentativas de golpes contra o sistema eleitoral e o Estado democrático de Direito. 

https://revistaforum.com.br/politica/2024/3/1/sob-bolsonaro-abin-redigiu-relatorio-baseado-em-fake-news-sobre-as-urnas-eletrnicas-154977.html

Brasil volta ao grupo das 10 maiores economias do mundo após alta do PIB acima do esperado


Segundo a consultoria Austin Ratings, o país ultrapassou o Canadá e a Rússia no ranking das maiores potências econômicas globais

Lula e Fernando Haddad
Lula e Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

247 - O Brasil voltou ao grupo das 10 maiores economias do mundo após registrar um crescimento de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Segundo a consultoria Austin Ratings, o país ultrapassou o Canadá e a Rússia, para ocupar a nona posição do ranking, com um PIB de US$ 2,17 trilhões no ano passado.

A entidade fez a pesquisa com base nos dados preliminares de PIBs em valores correntes que foram divulgados por 54 países. Em 2022, o Brasil foi a 11ª maior economia do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).


Os Estados Unidos continuam liderando o ranking (PIB de US$ 26,9 trilhões), seguido por China (US$ 17,7 trilhões), Alemanha (US$ 4,4 trilhões) e Japão (US$ 4,2 trilhões) e Índia (US$ 3,7 trilhões). >>> "Crescemos bem mais do que o previsto e vamos continuar trabalhando", diz Lula após divulgação do PIB de 2023

Na sexta posição ficou o Reino Unido (US$ 3,3 trilhões). A França (US$ 3 trilhões) apareceu na sétima colocação, seguida pela Itália (US$ 2,18 trilhões). O Brasil ficou em nono e o Canadá em décimo (US$ 2,17 trilhões).


Além do Brasil, o país latino-americano mais próximo da lista de maiores economias do mundo é o México, na 12ª posição, com um PIB de US$ 1,81 trilhão.

https://www.brasil247.com/economia/brasil-volta-ao-grupo-das-10-maiores-economias-do-mundo-apos-alta-do-pib-acima-do-esperado

"Ataque de Israel em Gaza violou princípios básicos de humanidade", diz Alckmin


Vice-presidente brasileiro se manifestou pelas redes, classificando como "inconcebível" a atitude do governo israelense de massacrar palestinos que aguardavam ajuda humanitária

Geraldo Alckmin e Benjamin Netanyahu
Geraldo Alckmin e Benjamin Netanyahu (Foto: VPR | Abir Sultan/Pool via Reuters)

247 - O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou ter ficado "absolutamente chocado" com o massacre promovido por Israel em Gaza nesta quinta-feira (29 de fevereiro), quando mais de 100 palestinos foram assassinados enquanto se aglomeravam para receber alimentos e ajuda humanitária.

O caso gerou repercussão mundial, com diversos líderes mostrando indignação em relação ao episódio. Nesta sexta-feira (1), Alckmin se manifestou pela rede social X, classificando como "inconcebível" a atitude do governo israelense. "Fiquei absolutamente chocado com a notícia do ataque contra civis palestinos na Faixa de Gaza, perpetrado por forças militares israelenses, que vitimou dezenas de pessoas e feriu outras centenas. Obstar o acesso de indivíduos à ajuda humanitária é inconcebível sob qualquer perspectiva, e abrir fogo contra civis viola os preceitos mais básicos de humanidade", escreveu o vice-presidente brasileiro.


Alckmin prosseguiu fazendo coro à proposta do presidente Lula (PT), que defende um cessar-fogo imediato na região da Faixa de Gaza e a entrada de mais ajudua humanitária para os palestinos vítimas do genocídio perpetuado por Israel. "Lutar pela paz, como defende o presidente Lula, não é mais uma opção, mas um imperativo ético que deve orientar todos os esforços da comunidade internacional neste momento. É preciso dar o primeiro passo no caminho da paz: cessar-fogo imediato, libertação dos reféns e entrada de assistência humanitária", concluiu. 

https://www.brasil247.com/brasil/ataque-de-israel-em-gaza-violou-principios-basicos-de-humanidade-diz-alckmin

'Epidemia', obesidade atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo


Jamil Chade
Colunista do UOL, em Genebra
Pessoas com obesidade
Pessoas com obesidade Imagem: Tania Dimas/Pixabay

O mundo conta com mais de 1 bilhão de pessoas obesas, ampliando o risco para a saúde em dezenas de sociedades. Os dados fazem parte de um estudo publicado nesta sexta-feira na revista The Lancet e organizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A constatação é de que a obesidade atinge um em cada oito pessoas no planeta.

Num alerta sobre os riscos de que a situação gere um aprofundamento de doenças, a OMS destaca como, apesar de a fome ainda ser uma realidade para mais de 700 milhões de pessoas, a obesidade é mais frequente na maioria dos países. Isso inclui até mesmo locais onde, até recentemente, apenas tinham de lidar com a desnutrição.

Hoje, segundo o estudo, muitos desses países enfrentam um desafio duplo: a fome e a obesidade.

De acordo com a OMS, a obesidade deixou de ser um problema apenas dos países ricos e se transformou num problema mundial. Para demonstrar isso, o estudo destaca que:

Entre 1990 e 2022, a taxa de obesidade entre adultos duplicou no planeta.

As taxas de obesidade entre as crianças (de 5 a 19 anos) se multiplicaram por quatro, no mesmo período.


43% dos adultos estavam acima do peso em 2022.

O estudo está sendo considerado como o mais completo já realizado sobre a condição de fome e obesidade no mundo. Para isso, entrevistou e coletou dados sobre 220 milhões de pessoas em 190 países.

Embora as taxas de subnutrição tenham caído, ela ainda é um desafio de saúde pública em muitos lugares, principalmente no Sudeste Asiático e na África Subsaariana. Já os países com as maiores taxas combinadas de baixo peso e obesidade em 2022 foram as nações insulares do Pacífico e do Caribe e as do Oriente Médio e Norte da África.


Se a fome impede o desenvolvimento das crianças, a obesidade é responsável por doenças cardiovasculares, diabete e várias outras.

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, governos precisam adotar medidas como impostos sobre produtos com alto teor de açúcar e promover refeições escolares saudáveis. "É importante ressaltar que isso requer a cooperação do setor privado, que deve ser responsável pelos impactos de seus produtos sobre a saúde", disse.

Para lidar com o que a OMS chama de "epidemia de obesidade", as seguintes medidas são propostas:

ações para apoiar práticas saudáveis desde a infância, incluindo a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento materno;

regulamentações sobre o marketing prejudicial de alimentos e bebidas para crianças;

políticas de alimentação e nutrição nas escolas, incluindo iniciativas para regulamentar a venda de produtos ricos em gorduras, açúcares e sal nas proximidades das escolas;


políticas fiscais e de preços para promover dietas saudáveis;

políticas de rotulagem nutricional;

campanhas de educação pública e conscientização sobre dietas saudáveis e exercícios;

padrões de atividade física nas escolas; e

Integração de serviços de prevenção e controle da obesidade na atenção primária à saúde.

"Há desafios significativos na implementação de políticas destinadas a garantir o acesso a dietas saudáveis a preços acessíveis para todos e a criar ambientes que promovam a atividade física e estilos de vida saudáveis em geral para todos", afirmou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS e um dos coautores do estudo. "Os países também devem garantir que os sistemas de saúde integrem a prevenção e o controle da obesidade ao pacote básico de serviços", completou.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.


JAMIL CHADE

Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente. 

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/03/01/mundo-atinge-mais-de-1-bilhao-de-obesos-revela-oms.htm

PIB voou no 1º semestre, parou de crescer no 2º, e deve desacelerar em 2024


José Paulo Kupfer
Colunista do UOL


As surpresas dos dois primeiros trimestres não se repetiram nos dois últimos. Confirmando a desaceleração prevista para o segundo semestre, e o impulso da expansão no primeiro semestre, o ano de 2023 fechou com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,9% sobre 2022, quando a atividade econômica avançou 3%.

Fotografia da marcha do PIB no ano passado, divulgado nesta sexta-feira (1º), pelo IBGE, é bem diferente do que apontam as projeções para a trilha da economia em 2024. Em 2023, segundo dados agora revistos, o PIB avançou 1,4% no primeiro trimestre, 0,8%, no segundo, e ficou estagnado nos dois últimos trimestres do ano.

No ano em curso, o crescimento tende a ser mais bem distribuído entre os trimestres, com aceleração um pouco maior no segundo semestre. Projeções sinalizam crescimento de 0,3%, no primeiro trimestre, 0,4%, no segundo, e de 0,6% em cada um dos dois últimos.

Se confirmadas as previsões, a expansão, no ano calendário, será menor, em relação a 2023. Depois do conhecido o resultado do ano passado, as apostas são de que a economia possa avançar um pouco acima de 2% em 2024. Aqui, é preciso notar as diferenças entre nível e ritmo da atividade econômica.

O ritmo deve cair, mas o nível da atividade, subir. O crescimento menor de 2024 se dará sobre uma base que já teve expansão de 2,9%. No biênio 2023/2024, primeira metade do governo Lula, o PIB avançaria 5%, se confirmadas as projeções.

Isso significa que, mesmo em desaceleração neste ano, a economia continuaria mantendo condições de absorver empregos, sem recuos nos salários. Haveria massa salarial suficiente para impulsionar o consumo das famílias.


Não por coincidência, as projeções apontam o consumo das famílias como o componente que puxará o PIB em 2024, pelo lado da demanda. Mesmo subindo metade da variação registrada em 2023 — cerca de 1,5%, em comparação com 3,1% de 2023.

O desempenho da economia em 2023, muito acima do previsto no começo do ano passado, reflete, basicamente, quatro fatores:

Excepcional crescimento da agropecuária, que avançou 15,1%, com destaque para as culturas de soja e milho;


Alto crescimento da indústria extrativa mineral — petróleo, gás e minério de ferro —, com alta de 8,7%;

Impulso fiscal, representado pela expansão dos gastos em programas sociais (Bolsa Família turbinado, aumento do salário mínimo, BPC —Benefício de Prestação Continuada — etc), ao lado do recuo da inflação, principalmente em alimentos, dando combustível ao consumo das famílias, que subiu 3,1%;

Forte expansão das exportações, principalmente de commodities agrícolas e minerais, expansão de quase 10%.

A agropecuária, considerando seus muitos impactos indiretos no conjunto da economia — transporte, armazenagem, máquinas agrícolas, caminhões etc —, foi responsável por um terço do PIB de 2023. Será também o setor que explicará, em parte, a desaceleração de 2024. As previsões para este ano apontam recuo na produção setorial entre 2% e 3%. O recuo, contudo, em relação a um aumento extraordinário da produção em 2023, ainda expressará expansão elevada.

Algo semelhante se dará, de acordo com as projeções, com as exportações. As vendas ao exterior cresceram quase 10% em 2023, mas não deverão evoluir mais do que a metade disso, em 2024.

Na análise do recuo previsto para as exportações, o economista Bráulio Borges, da LCA Consultores e também pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas), chama a atenção não só para a perspectiva de menor crescimento da China, mas também, e com ênfase, para a expectativa de recuo profundo da economia argentina.


"A Argentina é o principal comprador de manufaturados brasileiros. As vendas brasileiras para eles já foram maiores, mas ainda são relevantes. As exportações brasileiras serão muito negativamente impactadas pela situação argentina".

Bráulio Borges, economista

Outro elemento com previsão de menor contribuição ao crescimento do PIB neste ano, em relação ao anterior, é o impulso dos gastos públicos. Esse impulso menor refletiria o esforço do governo para se encaixar nos limites e critérios do novo arcabouço fiscal, bem como cumprir, ou pelo menos não se afastar muito, da meta de equilíbrio entre receitas e despesas primárias estabelecida para 2024.

Os investimentos, que sinalizam os espaços para avanços futuros na atividade, continuaram a sentir o peso das taxas de juros elevadas, restringindo o crédito para empresas, e das incertezas em relação ao crescimento econômico. Depois de um suspiro em 2022, os investimentos voltaram a cair forte, desta vez em 3%, no ano passado. A taxa de investimento se manteve em níveis baixíssimos, em 16,5% do PIB. Previsões são de que fiquem estagnados em 2024.

Do lado do que pode ajudar a economia a segurar a tendência de queda no ritmo de crescimento, em 2024, os analistas destacam a resistência do mercado de trabalho, e da massa de salários, combustível para o consumo das famílias. Esperam também que os precatórios pagos no fim do ano passado, acrescidos da parcela que será distribuída este ano, irriguem a atividade.

Calcula-se que o pagamento dos precatórios assegurará 0,3 pontos percentuais de expansão para o PIB de 2024. A esse impulso, soma-se o transbordamento do avanço de 2023, apesar da desaceleração na segunda metade do ano passado, que está sendo estimado no entorno de 0,5%. Esses fatores explicariam pouco menos da metade da expansão na vizinhança de 2%, projetada para 2024.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL. OLHAR APURADO

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Fuzilamento de famintos em Gaza é o Massacre de My Lai do governo Netanyahu


Reinaldo Azevedo
Colunista do UOL
Pai e filho assassinados por tropa americana no massacre de My Lai, no Vietnã, e os famintos fuzilzados de Gaza por forças israelenses
Pai e filho assassinados por tropa americana no massacre de My Lai, no Vietnã, e os famintos fuzilzados de Gaza por forças israelenses Imagem: Ronald L. Haeberle/Getty Images; AP

O morticínio dos famintos em Gaza é o "Massacre de My Lai" de Israel. Se não sabem, no dia 16 de março de 1968, integrantes da Companhia Charlie chegaram à aldeia com esse nome, no Sul do Vietnã, à caça de vietcongs. O grupo tinha sofrido diversas baixas e vivia aterrorizado. Recebeu uma informação de que os inimigos estavam infiltrados na aldeia. A artilharia precedeu a chegada da tropa, o que levou mulheres, homens e crianças a se esconder, assustados, em abrigos. Tidos como combatentes, a matança começou. O mínimo das estimativas fala em 347 mortos. Há relatórios que apontam 504. Entre as vítimas, bebês e 17 grávidas.

Houve uma operação para esconder o horror. A opinião pública americana e o mundo só ficaram sabendo do que se passou em My Lai no dia 12 de novembro de 1969, numa reportagem do jornalista Seymour Hersh, que recebera a informação de que um oficial do Exército, o tenente William Calley, que comandou a operação, seria julgado pela morte de então supostos 109 civis. A revelação dos desatinos mudou a percepção sobre a guerra.

Como escreveu Christopher J. Levesque no New York Times, o terror produzido naquele dia 16 de março de 1968 havia começado bem antes. O abuso contra civis era rotina na Companhia Charlie. Usavam-se prisioneiros como detectores humanos de minas terrestres e se recorria regularmente à tortura em interrogatórios.

Afirma Levesque:
"A morte do sargento Cox preparou o cenário para o massacre de My Lai. No dia 15 de março, a companhia realizou uma cerimônia fúnebre na qual o capitão Medina lembrou à companhia as baixas sofridas. Havia perdido metade de sua força em apenas dois meses. O Primeiro Pelotão do Tenente Calley estava reduzido a 27 dos 45 homens originais.

O capitão Medina argumentou que a Companhia Charlie não poderia arcar com mais baixas. Precisavam, então, se unir e ser agressivos na perseguição ao inimigo. Logo depois do funeral, o capitão Medina informou a companhia a sua próxima missão: um ataque a My Lai para destruir os restos de uma das unidades mais letais do Vietcong.

As instruções para o ataque levaram muitos dos subordinados do capitão Medina a acreditar que a sua missão era matar todos na aldeia, abater o gado, destruir os poços e arrasar as moradias porque todos os que viviam em My Lai ou eram um membro do Vietcong ou simpatizante do Vietcong."

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VOLTEMOS A ISRAEL
O mundo está perplexo com as cenas dantescas de Gaza. A intenção das forças israelenses ao divulgar as imagens feitas por drones -- para tentar responsabilizar os próprios palestinos pelo mal que os acometeu -- não poderia ser mais abjeta.

A indagação óbvia que resta a quem conserva um tanto de juízo é uma só: aquele formigueiro de pobres desgraçados, que se entregaram à morte — e, com efeito, houve quem perecesse ali — por um pouco de alimento os torna culpados exatamente de quê? De suicídio? O governo de Netanyahu perdeu qualquer noção de pudor. Na segunda, vimos outa legião desesperada às margens do mediterrâneo, muitos se lançando nas águas, para tentar resgatar suprimentos da ajuda humanitária que acabaram caindo no mar. Era o maná dos condenados ao inferno.

E já não resta dúvida de que soldados abriram fogo contra os famélicos. Um oficial das Forças de Defesa, falando em sigilo à Reuters, afirmou que eles atiraram contra a multidão, matando um número indefinido. O diretor do hospital Kamal Adwan, informa o NYT, disse que a unidade recebeu cerca de cem pessoas feridas à bala.

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Avi Hyman, porta-voz do governo Netanyahu, testou a versão oficial à imprensa:
"Os caminhões ficaram sobrecarregados, e as pessoas que dirigiam os caminhões, que eram motoristas civis de Gaza, avançaram sobre as multidões, matando, de acordo com o que entendi, dezenas de pessoas"

Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional e um dos delinquentes políticos que integram o gabinete, não se viu obrigado a qualquer cuidado no Twitter:
"Deve ser dado apoio total aos nossos heroicos combatentes que operam em Gaza, que agiram de forma excelente contra uma multidão de Gaza que tentou prejudicá-los".

COMBINAÇÃO TÓXICA
Um dia antes desse evento tétrico, Thomas Friedman, um dos mais destacados jornalistas judeus do mundo e especialista em Oriente Médio, escreveu no NYT (texto publicado no Estadão):
"Passei os dias mais recentes viajando entre Nova Délhi, Dubai e Omã, e tenho um recado urgente para o presidente Joe Biden e os israelenses: estou vendo a rápida erosão da posição de Israel entre países aliados, um nível de aceitação e legitimidade que foi construído a muito custo ao longo de décadas. E, se Biden não for cuidadoso, o prestígio global dos Estados Unidos vai despencar junto com o de Israel.
Acho que os israelenses e o governo Biden não se dão conta da dimensão da fúria que está fervendo no mundo, abastecida por imagens nas redes sociais e na TV, por causa das mortes de tantos milhares de civis palestinos, em especial crianças, vítimas de armas fornecidas pelos EUA, na guerra de Israel em Gaza. O Hamas tem muito a responder por ter desencadeado essa tragédia humana, mas Israel e EUA são vistos como os responsáveis pelos acontecimentos agora e recebem a maior parte da culpa.
(...)
Um número tão grande de mortes de civis em uma guerra relativamente curta seria problemático em qualquer contexto. Mas quando tantos civis morrem em uma invasão vingativa lançada por um governo israelense sem nenhum horizonte político para o dia seguinte, e então, quando o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, finalmente oferece um plano para o dia seguinte que essencialmente diz ao mundo que Israel pretende agora ocupar indefinidamente tanto a Cisjordânia quanto Gaza, não surpreende que os amigos de Israel comecem a se afastar e a equipe de Biden comece a parecer perdida.
(...)
Mas, agora, temos uma combinação tóxica de milhares de baixas civis e um plano de paz de Netanyahu que promete apenas uma ocupação sem fim, independentemente de a Autoridade Palestina na Cisjordânia ser capaz de se transformar em uma entidade governante legítima, efetiva e de base ampla, capaz de controlar a Cisjordânia e Gaza e, um dia, ser uma parceira na paz.
Com isso, toda a operação israelense em Gaza começa cada vez mais a parecer aos olhos do público como um moedor de carne cujo único propósito é reduzir a população para facilitar o controle de Israel sobre ela.
Netanyahu se recusa até mesmo em pensar em fomentar alguma relação com os palestinos que não são do Hamas, porque se o fizesse, colocaria em risco o cargo de primeiro-ministro, que depende do apoio de partidos de extrema direita que defendem a supremacia judaica e jamais cederão um centímetro da Cisjordânia. É difícil acreditar, mas Netanyahu está pronto para sacrificar a legitimidade internacional de Israel, duramente conquistada, em troca de suas necessidades políticas pessoais. Ele não hesitará em derrubar Biden consigo.
(...)"


INTOLERÁVEL
Todos os aldeões de My Lai eram vietcongs para aquele destacamento americano. E todos os palestinos são Hamas para o governo homicida de Netanyahu. E não estou aqui a fazer uma interpretação. No dia 8 de abril, Avigdor Lieberman, ministro da Defesa, não poderia ter sido mais explícito na disposição de matar: "Não há inocentes em Gaza. Todos recebem um salário do grupo". Não havendo, então todos são culpados, o que explica a morte de pelo menos 10 mil crianças.

As vítimas de My Lai eram poucas quando se consideram os milhões de mortos no Vietnã. Os EUA só entraram em 1965 num conflito que começara em 1954. Até a reportagem de Seymour Hersh, em 1969, os favoráveis à intervenção ainda conseguiam impor a sua agenda. A coisa começou a virar ali. Até a derrota da grande potência em 1973. Os famintos executados, convenham, são poucos diante dos 30 mil mortos. Mas eles se tornam um emblema do que está em curso na Faixa de Gaza e, em certa medida, na Cisjordânia — progressiva e ilegalmente ocupada por colonos israelenses.

Quando aqueles palestinos só tinham de seu a fome — porque apagadas a sua casa, a sua história, os seus afetos —, um dos Exércitos mais bem treinados no mundo abriu fogo contra eles. No comando da operação, não estavam um certo tenente William Calley ou um tal capitão Medina. Quem comanda o festim diabólico é Netanyahu e seu governo de psicopatas.

Friedman alerta:
"É difícil acreditar, mas Netanyahu está pronto para sacrificar a legitimidade internacional de Israel, duramente conquistada, em troca de suas necessidades políticas pessoais."

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"Não vai criticar os terroristas do Hamas?" A qualquer momento e sempre. Quem os está legitimando é o "moedor de carne humana" comandado por um criminoso de guerra, não eu.

Opinião

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