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sábado, 21 de maio de 2022
Prepare-se: café já subiu quase 70%, e frio pode deixá-lo ainda mais caro

Giuliana Saringer
Do UOL, em São Paulo
21/05/2022 04h00
O frio intenso e a geada afetam drasticamente as plantações brasileiras, especialmente as lavouras de milho, hortaliças (frutas, verduras e legumes), cana-de-açúcar e café. Se os preços dos alimentos já estão bem altos, os dias gelados podem piorar ainda mais o acesso aos alimentos básicos.
Nos últimos 12 meses encerrados em abril, a inflação para alimentação e bebidas ficou em 13,47%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O café moído já ficou 67,53% mais caro, as hortaliças e verduras, 36,62%, e o milho em grão, 21,14%.
"Se a geada for muito intensa, os preços devem subir fortemente", afirma Alê Delara, sócio-diretor da Pine Agronegócios, corretora de commodities.
As hortaliças podem ser as mais prejudicadas, porque o frio vai pegar um cinturão de produção em locais como São Paulo e Curitiba. "São duas regiões que podem trazer um pequeno desabastecimento no curto prazo, além de um aumento no preço", afirma Marco Antonio dos Santos, sócio-fundador e agrometeorologista da consultoria Rural Clima.
No caso do milho, se houver uma quebra de produção grande, não haveria alternativa global para o fornecimento mundial do cereal. Isso porque a Ucrânia, que é um grande exportador de milho, parou de vender os grãos por causa da guerra.
A expectativa é de que a chuva do final de semana ajude a minimizar os impactos. O fato de o solo estar úmido pode diminuir os prejuízos nas safras —com o solo úmido, a perda de calor é menor. "Quando você tem uma geada ampla, as plantas que estão perto de um rio ou de uma lagoa não são impactadas", explica Santos.
Então, ainda não dá para prever quanto os preços devem ser pressionados por perdas em safras, mas já dá para dizer que a inflação dos alimentos deve continuar no dia a dia dos brasileiros por alguns meses.
Para Felippe Serigati, coordenador do mestrado profissional em agronegócios da FGV (Fundação Getulio Vargas), o alívio só vem dentro de três a seis meses.
O mercado já precificou [antecipou] um pouco a geada, mas o que vai dizer se o preço vai ficar mais alto ou baixo é a intensidade do frio ou alguma atualização dos mapas climáticos
Felippe Serigati
Segundo a Bloomberg, o café arábica já subiu 5,8% na entrega para julho, na negociação feita em Nova York.
Minas Gerais lidera a produção no Brasil e responde por quase 50% das sacas, seguida pelo Espírito Santo e São Paulo. Essas regiões ficam na parte que deve ser mais afetada pelas mudanças bruscas na temperatura.
Alto Tietê - Municípios participam de ação de fiscalização conjunta na Estrada dos Fernandes





Técnicos das áreas de Fiscalização e Meio Ambiente dos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano, que integram o projeto-piloto de combate ao descarte irregular de resíduos da construção civil, realizado por meio de parceria entre o CONDEMAT – Consórcio de Desenvolvimento de Municípios do Alto Tietê e a SIMA – Secretária de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, participaram da primeira ação de fiscalização conjunta na Estrada dos Fernandes, área escolhida devido à localização que abrange os três municípios.
A fiscalização contou com o suporte de agentes da Polícia Militar Ambiental, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade da SIMA.
O projeto-piloto, lançado em junho de 2021, teve início com a capacitação das equipes técnicas dos municípios em monitoramento remoto com o uso de imagens de satélite, além da elaboração da minuta do Plano de Monitoramento e Fiscalização Integrada.
O objetivo do projeto é estabelecer uma efetiva de fiscalização ambiental integrada entre as instâncias governamentais estadual e municipal, com foco na minimização dos impactos decorrentes dessa prática irregular.
“Este piloto está sendo executado em uma área bastante complexa e desafiadora e que servirá de ponto de partida para outras áreas e para futuramente ampliarmos para os demais municípios buscando soluções integradas”, disse a secretária de Meio Ambiente de Poá e membro da Câmara Técnica de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, Claudete Canada.
De acordo com dados da SIMA, os 12 municípios do CONDEMAT geram em torno de 5 mil toneladas de resíduos da construção civil por dia.
Gastos bilionários de dinheiro público, feita por parlamentares comprados para reeleger Bolsonaro, leva a escândalo parecido com o dos anões do Orçamento
ISTOÉ Independente
Gastos bilionários de dinheiro público, feita por parlamentares comprados para reeleger Bolsonaro, leva a escândalo parecido com o dos anões do Orçamento
Parlamentares promovem um show de gastos fisiológicos com emendas secretas, criadas pelo Centrão com o apoio de Bolsonaro. Para se reeleger, o presidente criou uma máquina de desviar verbas mais eficiente do que o Mensalão e o Petrolão. A nova versão do escândalo dos Anões do Congresso é uma sabotagem do orçamento público

MANDACHUVAS Bolsonaro se reúne com os dois principais donos do Orçamento, Ciro Nogueira (à esq.) e Arthur Lira (à dir), durante a entrega da MP do Auxílio Brasil em agosto de 2021 (Crédito: Marcos Corrêa/PR)
Ana Viriato

O País tem recursos escassos para investimentos e a máquina pública está à míngua. Sem dinheiro, o Incra, órgão responsável pela reforma agrária, suspendeu as atividades e cancelou eventos. O estado de São Paulo deixou de receber transferências voluntárias do governo federal. Mesmo assim, nunca houve tanta fartura em Brasília. Bolsonaro e Hamilton Mourão bateram o recorde no uso do cartão corporativo. Só neste ano, já torraram R$ 9 milhões em verbas secretas, um recorde. O Congresso autorizou a União a elevar em R$ 25 milhões as despesas com propaganda em pleno ano eleitoral.
No ano passado, boa parte dos recursos do Fundo Nacional de Saúde, que conta com R$ 7,4 bilhões, foi usado por caciques do Centrão para emendas de relator em seus redutos eleitorais. A utilização paroquial, sem controle técnico, subiu 112%. E esse desequilíbrio não ocorre ao acaso. O presidente subverteu o uso do dinheiro público para viabilizar sua reeleição e beneficiar seu clã e aliados. O melhor exemplo desse quadro escabroso é o orçamento secreto, um esquema dissimulado de desvios por meio de emendas parlamentares sigilosas. Trata-se de uma sabotagem no uso do dinheiro do contribuinte. Na prática, é como se orçamento tivesse sido sequestrado pelo presidente pela cooptação de parlamentares com verbas para seu benefício político. Uma forma mais sofisticada de desvio do que as expostas nos escândalos do Mensalão e do Petrolão.

E isso apesar de ser muito claro o trecho constitucional que determina aos Três Poderes o respeito a alguns princípios básicos como a publicidade, a moralidade e a impessoalidade. As regras não são em vão. Servem para obrigar os governantes eleitos pelo voto a prestarem contas à sociedade, além de traçarem planos e executarem o dinheiro do contribuinte em alinhamento às prioridades nacionais, deixando de lado interesses políticos e particulares. Mas, na contramão da Carta Magna, com o orçamento secreto, abastecido pelas chamadas emendas de relator, tanto o Congresso quanto o governo Bolsonaro demonstraram total desprezo aos preceitos fundamentais que regem o País.
Um apanhado de 100 anexos repassados pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, ao STF nos últimos dias expõe parte da farra bilionária de deputados e senadores com dinheiro público em 2020 e 2021. “Parte” porque os documentos foram rascunhados pelos próprios parlamentares, quando notificados pela Mesa Diretora sobre a ordem da Corte para o detalhamento das emendas secretas nesse período, e, sobretudo, em razão de que nem todos os congressistas responderam. Assim, na prática, somente R$ 11 bilhões dos R$ 36,9 bilhões distribuídos pelo País nos últimos dois anos por meio de emendas de relator foram mapeados — os números representam 30% do total gasto.

Mesmo incompletos, os dados servem para ilustrar como o presidente cooptou o Parlamento. Os relatórios mostram que deputados e senadores alinhados ao Planalto conseguiram emplacar boladas e boladas de dinheiro em seus currais eleitorais, enquanto a oposição ficou à míngua. Nesse jogo de “ganha-ganha”, congressistas bolsonaristas ficaram bem perante seus estados e o capitão, além de pavimentar a fama de tocador de obras, conquistou um apoio desproporcional à gestão e ao plano de reeleição.
Trata-se de uma nova versão do escândalo dos Anões do Orçamento, agora turbinado e com algumas importantes distinções. Se, na década de 90, eram parlamentares do baixo clero os empenhados na manipulação de emendas e no desvio de recursos públicos por meio de entidades sociais fantasmas ou superfaturamentos, hoje a farra tem nomes afinados com a Presidência. Ao todo, parlamentares do núcleo duro do Centrão, formado por cinco partidos que dão sustentação ao governo no Congresso — PL, PP, Republicanos, PTB e PSC —, indicaram o destino de 50% das emendas informadas ao STF, o que equivale a R$ 5,45 bilhões. A lista dos parlamentares conta com nomes ilustres, como Eliane Nogueira, mãe do todo-poderoso Ciro Nogueira. Primeira suplente do filho, a advogada ascendeu ao Senado em 2021, quando o cacique do Progressistas assumiu a Casa Civil. Eliane pouco faz no Legislativo. Em menos de um ano de mandato-tampão, apresentou apenas um projeto de lei, que prevê a identificação do perfil genético de condenados, e discursou dez vezes. Se faltam propostas, sobram viagens internacionais — ela já usou o dinheiro do Congresso para embarcar rumo à Europa duas vezes.
A poderosa mãe de Ciro
Apesar da baixa produtividade, Eliane conseguiu a façanha de, em cinco meses, ditar os rumos de R$ 399,2 milhões do orçamento secreto. Falta transparência nos dados. Mas, conforme o ofício redigido pela senadora, a maior parcela, cerca de R$ 161 milhões, foi destinada ao Ministério da Saúde para investimentos na Atenção Primária e em procedimentos de alta complexidade. A pasta ainda recebeu outras duas transferências — uma de R$ 8,2 milhões para a compra de ambulâncias e outra de R$ 5,6 milhões para a aquisição de veículos e equipamentos. As emendas da mãe de Ciro ainda contemplaram, por exemplo, o DNOCS, o FNDE e os ministérios do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, órgãos que estão no centro de suspeitas de corrupção.
A estatal do centrão
O poderio, que, por óbvio, emana de Ciro e não de Eliane, não é pouco. A verba movimentada pela senadora entre agosto e dezembro de 2021 supera, por exemplo, os R$ 357,4 milhões indicados por Arthur Lira, presidente da Câmara, em dois anos para irrigar Alagoas, seu reduto eleitoral. Do total, o deputado do Progressistas repassou pouco mais de R$ 6 milhões para Barra de São Miguel, município comandado pelo ex-senador e pai dele, Benedito de Lira — a cidade, segundo o IBGE, tem uma população estimada de 8.434 pessoas. O parlamentar ainda investiu pesado na Codevasf, apelidada de “estatal do Centrão” em razão da ascendência do grupo sobre os cargos estratégicos — foram 93,8 milhões de reais depositados na pasta que já comprou tratores e maquinários com sobrepreço, conforme apontou a Controladoria-Geral da União.
Eliane fica atrás apenas de Márcio Bittar. Em 2020, o parlamentar movimentou R$ 7,9 milhões em emendas secretas — do total, R$ 7 milhões foram investidos no Ministério do Turismo para o “desenvolvimento e fortalecimento da economia criativa”. No ano seguinte, quando atuou como relator-geral do Orçamento, Bittar viu o quão vantajosa pode ser a interlocução com o Planalto e direcionou R$ 356,9 milhões ao Acre, seu estado natal. Somente na implementação de infraestrutura básica na região de Calha Norte, um bairro que reúne nove pequenos municípios, o senador aplicou R$ 49,7 milhões — as obras tocadas no setor, porém, não foram descritas.
Engajada no controle social do poder público e “amicus curiae” na ação que contesta o orçamento secreto, a Transparência Brasil critica as lacunas deixadas pelo Congresso na papelada repassada ao STF e fala em uma “transparência de fachada”. O diretor-executivo da entidade, Manoel Galdino, entende que, para viabilizar a sistematização de dados, os parlamentares tinham de preencher um “formulário-padrão”, com a exigência das mesmas informações de todos. Ele antecipa que a organização da sociedade civil trabalha em um memorial para convencer o Supremo a cobrar o complemento da documentação, o qual deve ser entregue à relatora do processo, ministra Rosa Weber, no próximo mês.
Galdino explica que o controle sobre a execução dos recursos precisa ser ampliado para evitar o escoamento do dinheiro público. “O orçamento secreto é um gasto que não passa por análise técnica ou de pertinência e relevância, tampouco segue orientações da Constituição para reduzirmos desigualdades e tornarmos o país um lugar mais justo”, pontua. O diretor-executivo da Transparência Brasil acrescenta que o gasto tende a ser ineficiente. “Você coloca uma emenda em um ano em uma obra e, no outro ano, deposita em outra. No final das contas, as duas acabam paralisadas e há o desperdício”, emenda, frisando que, longe das lupas dos órgãos de fiscalização, as emendas são um prato cheio para novos casos de corrupção.
No Congresso, aliados de Rodrigo Pacheco admitem as lacunas, mas argumentam que, mesmo como presidente do Congresso, o senador não tem poder regimental para obrigar os colegas a entregarem uma documentação completa. Aliados dele acrescentam que, agora, “a bola está com o STF”. Do lado do Supremo, a expectativa é que Rosa, conhecida como “linha-dura”, de fato mande o Congresso encorpar o material. A ministra não sinalizou a tendência aos pares, dado o perfil discreto — de tão fechado, o gabinete da magistrada é chamado nos bastidores de “Coreia do Norte”. As previsões são ancoradas nos duros votos dados por Rosa no final do ano passado ao tratar do tema. Quando surpreendeu Planalto e Parlamento ao suspender a execução das emendas, a ministra anotou que congressistas haviam criado dois regimes para as indicações, sendo que um é transparente e o outro é um formato “anônimo”.

O lado “secreto” do orçamento federal serviu, por exemplo, para garantir recursos às bases eleitorais dos senadores que integraram a “tropa de choque” do governo Bolsonaro na CPI da Covid. Um dos mais alinhados ao Planalto, Marcos Rogério, que, em 2020, havia conseguido R$ 84,1 milhões de reais para Rondônia e, no ano seguinte, viabilizou mais R$ 100 milhões. O dinheiro, em tese, bancou da compra de pás carregadeiras — aquelas que transportam materiais como areia, brita, terra, entulhos e minérios — e de patrulhas mecanizadas à construção de praças, pistas de caminhada e centros esportivos.
Enrolados na justiça
Está no Rio Grande do Sul, porém, o caso mais emblemático. Entusiasta do chamado “tratamento precoce”, Luis Carlos Heinze não foi contemplado com as emendas de relator em 2020. No ano seguinte, no entanto, emplacou R$ 36,5 milhões para o estado. A situação de Jorginho Mello, correligionário de Bolsonaro, também é ilustrativa. O congressista, que, dois anos atrás, mandou R$ 17,9 milhões para Santa Catarina, melhorou a performance em 2021, quando a cifra saltou para R$ 46,5 milhões.
A farra com verba pública beneficiou, ainda, parlamentares enrolados na Justiça. Nem mesmo a operação policial que flagrou Chico Rodrigues com dinheiro entre as nádegas maculou a influência do congressista sobre o orçamento. Em 2020, quando passou pelo escatalógico episódio, o senador indicou 28,8 milhões de reais em uma emenda de relator. No ano seguinte, Rodrigues descolou sete, no valor total de R$ 47,8 milhões. Nada mal para um congressista que está sob a mira da Polícia Federal sob a suspeita, justamente, de desviar recursos de emendas parlamentares — os investigadores o acusam da prática dos crimes de peculato, advocacia administrativa, embaraço às investigações e lavagem de dinheiro.

A máquina de desviar dinheiro é tão eficiente que conseguiu atrair nomes da oposição. Um conhecido crítico do orçamento secreto, o deputado Mario Heringer, do PDT mineiro, admitiu a utilização dos recursos afirmando que não seria “inocente” ao abrir mão deles. Usou R$ 6,5 milhões. Igor Timo, o líder do Podemos, partido que tentou se alinhar à Lava Jato lançando Sergio Moro ao Planalto, apadrinhou R$ 68,3 milhões para obras em seu estado. Os filhos do presidente também abocanharam uma fatia. O deputado Eduardo Bolsonaro admitiu o uso das RP-9 para mandar R$ 9,5 milhões para 25 municípios paulistas — entre eles, Miracatu, no Vale do Ribeira, onde seu tio, Renato Bolsonaro, é chefe de gabinete da Prefeitura. Não deixa de ser irônico que o dinheiro tenha passado pelas mãos do clã que, tão bravamente, alardeia que “a mamata acabou”.
As milhares de páginas repassadas ao Supremo, na verdade, mostram o contrário. Capitaneada por Bolsonaro, a casta de aliados do Planalto concentra em mãos dinheiro que poderia ser investido, com critérios técnicos e objetivos, em saúde, educação, infraestrutura e saneamento básico nos municípios que mais necessitam e, não, naqueles aos quais o repasse convém para a mera e simplória conquista de votos. O País, em crise, assiste atônito o dinheiro público ir pelo ralo — e para os bolsos de muitos — em vez de prestar auxílio a quem faz a máquina girar. Com o sequestro do orçamento, o presidente e sua trupe minaram os principais objetivos da Nação: a construção de uma sociedade justa e a redução das desigualdades sociais e regionais. No escândalo dos Anões, poucos foram punidos. A história se repetirá também no segundo ato?
Cientistas veem "risco iminente" de varíola dos macacos chegar ao Brasil
Reportagem: Carlos Madeiro -

Carlos Madeiro
Colunista do UOL
21/05/2022 04h00
Cientistas brasileiros formaram uma comissão para acompanhar os casos de varíola dos macacos, que têm se espalhado pelo mundo nos últimos dias. O avanço da doença deixou cientistas em alerta, já que é o maior número de casos visto fora da África —o que sugere uma cadeia de transmissão atípica.
A Câmara Técnica Temporária é coordenada pela RedeVírus do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e os sete cientistas vão montar um plano para estruturar a rede de saúde para quando os primeiros casos surgirem no Brasil. "Temos condições de detectar esse vírus. Por enquanto, não temos motivo para pânico", diz a virologista Giliane Trindade, que faz parte do grupo.
Varíola do macaco: uma doença rara e que geralmente se cura sozinha
"A gente está vendo o perfil de disseminação desse vírus por países da Europa, já chegou aos Estados Unidos, ao Canadá, em Israel. Então existe um risco iminente da entrada dele no Brasil", afirma Trindade, que é professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e especialista em poxvirus (tipo de vírus que, em vertebrados, causa erupções cutâneas).
Até a noite de ontem (20), segundo documento compartilhado pelos países, havia 143 de casos notificados, entre suspeitos e confirmados —a maioria deles em Portugal, Espanha e Reino Unido. Entretanto, Israel, Austrália e Estados Unidos, fora do continente europeu, também já têm casos registrados.
Também ontem, a Alemanha informou o primeiro caso da varíola dos macacos —um brasileiro.
O tipo de vírus
A família Poxviridae (poxvírus) compreende vírus que infectam animais invertebrados e vertebrados. Neste grupo, o mais notório membro é o do vírus da varíola.
"Dentro da família de vários gêneros, esses vírus se destacam pela sua capacidade de infectar o ser humano e outros animais, assumindo uma importância para a medicina humana e veterinária", diz Andrade.

O vírus zoonótico (ou seja, pula do animal para o ser humano) circula há pelo menos 50 anos na África, onde é considerado endêmico.
A monkeypox é uma doença que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África Central e Ocidental e ocasionalmente é exportada para outras regiões. Casos já foram diagnosticados em outros continentes, mas sempre importados.
Segundo explicou a OMS (Organização Mundial de Saúde) em comunicado na quarta-feira (18), três casos no Reino Unido chamaram a atenção porque apontam que a infecção "parece ter sido adquirida localmente no Reino Unido".
"A extensão da transmissão local não é clara nesta fase e existe a possibilidade de identificação de outros casos", informou a entidade.
Os primeiros casos relatados de transmissão no surto atual na Europa ocorreram por relação sexual entre homens que foram infectados. A via sexual é uma das hipóteses de transmissão, que passa por contato com secreções de pessoas infectadas.
"Na África, o maior gatilho de transmissão é o contato com os animais silvestres, principalmente pela caça. A população vai à zona silvestre para pescar, caçar, e entra em contato com animais, e nessas comunidades se inicia uma cadeia de transmissão", diz Trindade.
Grupo menos virulento
Na quinta-feira (19), foi divulgada uma primeira análise filogenética do genoma do vírus, feita com amostra de um paciente infectado de Portugal. O resultado aponta que "o vírus de 2022 pertence ao clado da África Ocidental e está mais intimamente relacionado com vírus associados à exportação do vírus da varíola dos macacos da Nigéria para vários países em 2018 e 2019".
Segundo Trindade, a descoberta foi uma boa notícia. "Esse vírus que está na Europa pertence a esse clado [grupo de monkeypox] que é considerado menos virulento. São dois clados, e o mais virulento é o que está na bacia do Congo", aponta.
Para ela, ainda é cedo para saber se houve alguma mutação do vírus que explique um comportamento diferente na transmissão para humanos.
Esse vírus tem uma estabilidade genética muito maior que o da covid-19, da dengue ou da gripe. Mutações podem ocorrer, mas ainda é muito preliminar. Digo isso porque esse tipo de análise ainda não foi feita."Giliane Trindade, virologista
Mesmo considerando que o vírus chegar ao país deve ser questão de tempo, ela diz que não há motivo para a população se assustar. "Esse grupo [do MCTI] foi organizado para ter uma rede de especialista estruturada. A gente tem condição de responder. A gente está atento, essa é a mensagem principal", afirma.
Segundo o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale (RS), os casos que estão sendo notificados na Europa estão se comportando como "algo fora da curva" para o monkeypox e, por isso, a situação requer atenção.
"Ainda é um pouco incerto o que está ocorrendo, porque são cadeias de transmissão com um comportamento atípico desses vírus, especialmente esse monkeypox, que normalmente não tem —ao longo de tempo— a disseminação que está tendo agora", diz ele, que também está na comissão.
A varíola e os sintomas
A varíola humana foi considerada erradicada do mundo em 8 de maio de 1980, pela OMS (Organização Mundial de Saúde). A doença, ao longo de décadas, foi uma das maiores causadoras de mortes no mundo. Só nos 80 anos do século passado em que circulou, foram 300 milhões de óbitos.

Entretanto, a varíola dos macacos nunca saiu de circulação.
A infectologista e professora da Doenças Tropicais da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Vera Magalhães, afirma que o monkeypox é um vírus da mesma família do da varíola humana e foi descoberto ainda na década de 1950 em animais, principalmente primatas não humanos.
"Mas também há monkeypox em outros roedores e mamíferos, que podem ser reservatórios desse vírus", diz.
A primeira evidência de transmissão em humanos desse vírus, diz, ocorreu em 1970, quando ainda havia a circulação da varíola no mundo. "Ela ocorreu na África e até hoje causa infecção humana no continente, principalmente em pessoas que tiveram contato com animais", relata.
Não é a primeira vez que ocorre um surto fora da África. Vera conta que, em 2003, cerca de 40 casos foram registrados em pessoas que tiveram contato com cães-da-padrarias que foram domesticados nos EUA. Por sua vez, esses animais tiveram contato com pequenos roedores importados da África.
Na África, a literatura fala que a doença mata uma em cada 10 pessoas. Nos EUA temos dados mais otimistas, mas não temos essa estatística em número relevante. Ainda é difícil prever o que vai ocorrer exatamente."Vera Magalhães, infectologista
Vera conta que a transmissão desse vírus, diferente do coronavírus, por exemplo, ocorre por gotículas respiratórias, mas não por aerosol. "Ou seja, é preciso de um contato mais íntimo. Ela é comum em veterinários e cuidadores de animais que têm contato com alguma secreção, ou quando levam um arranhão ou mordida."
Sobre sintomas, Vera Magalhães diz que não há muita diferença da varíola humana. "O período de incubação vai de cinco a 21 dias, e começa com febre, mialgia [dor muscular], cefaleia [dor de cabeça] —como qualquer infecção. De um a três dias, começa o rash macular [manchas na pele], depois vão virar pápulas [espinhas] e em seguida as vesículas [que evoluem para virarem feridas] bem características da varíola", relata.
A OMS apontou que as vacinas usadas durante o programa de erradicação da varíola forneceram proteção contra a varíola dos macacos. "Um agente antiviral desenvolvido para o tratamento da varíola também foi licenciado para o tratamento da varíola dos macacos", diz a entidade.
https://noticias.uol.com.br/colunas/carlos-madeiro/2022/05/21/cientistas-criam-comite-por-risco-iminente-de-variola-dos-macacos-no-brasil.htm
“Os mais importantes vamos pegar”, diz Moraes sobre milícias digitais
21.05.22 07:08
Ministro do STF afirma que o desafio da Justiça Eleitoral será dar uma resposta rápida aos mecanismos utilizados por integrantes desses grupos

Foto: Nelson Jr/SCO/STF
O ministro Alexandre de Moraes (foto), do STF, reafirmou nesta sexta-feira (20) que as eleições de outubro não vão sofrer coação das milícias digitais. Em evento organizado pela OAB, ele disse que o desafio da Justiça Eleitoral será dar uma resposta rápida aos mecanismos utilizados por integrantes desses grupos.
“Rapidamente verificar, brecar e sancionar, para não deixar proliferar às vésperas das eleições”, disse o ministro durante o Congresso Paulista de Direito Eleitoral.
“Podemos não pegar todos, mas os mais importantes vamos pegar.”
Morais disse ainda que esse movimento teve início na extrema direita dos Estados Unidos e que, quando chegou ao Brasil, a “democracia não tinha anticorpos”, mas agora já se defender.
“O problema das milícias é atacar a legitimidade das eleições. Se mudar o instrumento, ela ataca do mesmo jeito.”
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro ajuizou notícia-crime para investigar Moraes. Na peça, ele acusa o ministro do Supremo de sucessivos ataques à democracia, de desrespeito à Constituição e desprezo a direitos e garantias fundamentais. Bolsonaro também classifica como “injustificado” o inquérito das fake news.
O que é bom para Elon Musk e Bolsonaro pode não ser para o Brasil
É o Twitter, idiota!
atualizado 21/05/2022 7:00
Que momento patético! Bolsonaro, que gosta de passear, não de pegar no pesado, desperdiçou mais um dia de trabalho e foi até Elon Musk no interior de São Paulo para pagar de tiete. Musk não tinha tempo para ir a Brasília encontrá-lo, nem tinha vindo até aqui para reunir-se com ele. Então, o presidente do Brasil foi a Musk, e presenteou-o com uma Medalha de Honra. A medalha nada tem a ver com “os relevantes serviços” prestados por Musk ao país uma vez que ele ainda não prestou nenhum. Musk veio ao Brasil atrás de negócios, e para falar somente por 30 minutos diante de 100 pessoas, entre elas banqueiros, empresários e servidores do governo convidados por Fábio Faria, ministro das Comunicações, e promotor do evento.
Só na véspera, à noite, os convidados souberam que Bolsonaro apareceria por lá. Muitos cogitaram ir embora, sentindo-se enganados, vítimas de uma pegadinha. Não queriam bancar os figurantes de mais um ato político a favor de Bolsonaro. Naturalmente, faltou-lhes coragem para tal. Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, foi visto com ar de contrariado. Bolsonaro pagou de tiete, mas comemorou a oportunidade de colher imagens a serem usadas em sua campanha. Não dizem que ele é um presidente internacionalmente isolado? Pois ei-lo ao lado do homem mais rico do mundo, que fabrica carros elétricos, manda foguetes ao espaço, é investigado por assédio sexual, e que poderá ajudá-lo na hora do acerto de contas com a História.
Esquisitos, porém seguros são os caminhos do
dinheiro quando se quer transferi-lo de um país para outro em vésperas de eleições. Nos tempos do cheque ao portador, era mais fácil, e mesmo depois quando em fundo falso de caixotes de bebida traficou-se maços de notas de 100 dólares. Mas Bolsonaro não precisa do dinheiro de Musk; dele, caso Musk compre o Twitter, precisa de agrado.
A Justiça brasileira começa a jogar pesado contra o discurso do ódio e a disseminação de notícias falsas. O Telegram parece ter-se acertado com ela, e o Facebook também. No Twitter, Bolsonaro e seus filhos enfrentam dificuldades. O apóstolo da liberdade de expressão, como os bolsonaristas chamam Musk, não poderia dar um jeito nisso? Quanto cobraria? Ou o que desejaria em troca?
Uma fatia da internet 5G? No problem. Monitorar com seus satélites a Amazônia para que o governo pague pelas informações que ele colecione? No problem. Dispor da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão? Bolsonaro ofereceu-a a Musk. Haverá novas conversas entre os técnicos das duas partes. Afinal, o que for bom para Musk poderá ser para Bolsonaro.
A frase original é outra. “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, disse Juracy Magalhães, nosso embaixador em Washington nos primeiros anos da ditadura militar de 64. No caso de Musk e de Bolsonaro, aplica-se melhor a frase célebre do astronauta Jack Swigert da Apollo 13 em viagem à Lua em 1970:
“Houston, we have a problem”.
O problema que temos é que Musk não necessariamente encarna os interesses dos Estados Unidos, muito menos Bolsonaro os do Brasil. Bolsonaro é um presidente de saída do cargo.
https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/o-que-e-bom-para-elon-musk-e-bolsonaro-pode-nao-ser-para-o-brasil
Durante cerimônia de posse de ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) o ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi aplaudido pelos presentes. O Presidente Jair Bolsonaro (PL), que também compareceu à solenidade, não aplaudiu Moraes. Recentemente Bolsonaro apresentou uma ação contra Moraes alegando abuso de autoridade.
Após revogação de liminar, Poá perde título de estância turística
A cidade detinha o título de Estância Hidromineral. Poá agora é considerado um Município de Interesse Turístico (MIT).
Por Diário TV 2ª Edição

Poá é rebaixada a município de interesse turístico
A cidade de Poá, que detinha o título de "estância hidromineral", foi rebaixada a município de interesse turístico.
A informação foi confirmada em nota publicada nesta quinta-feira (19) no site oficial da Prefeitura Municipal, que explicou que a liminar que mantinha o título foi revogada em 27 de abril.
A história de que a cidade poderia perder o título de “estância hidromineral''
começou em 4 de setembro do ano passado.
A atual gestão atribui o fato à administrações anteriores, que não teriam prestado contas ao Governo do Estado.
Na nota que está disponível na internet, ela fala que adotou diversas medidas para reverter o cenário, como por exemplo as reuniões com deputados estaduais, com a Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo, com o Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos e até mesmo com a Secretaria Estadual de Turismo.
Com a perda do título de estância hidromineral, o Governo do Estado deixa de repassar verbas voltadas principalmente para o desenvolvimento do turismo.
Segundo a prefeitura, o impacto será de R$ 10 milhões ao ano.
Mesmo com essa decisão da Justiça, a administração municipal se comprometeu em continuar trabalhando pelo fomento do turismo e que estuda entrar com um novo recurso em Brasília, apesar da situação ser avaliada como “difícil de ser revertida”.
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2022/05/20/apos-revogacao-de-liminar-poa-perde-titulo-de-estancia-turistica.ghtml
Ações da Tesla caem mais de 8% em dia de encontro de Elon Musk com Bolsonaro
247 - As ações da Tesla foram desvalorizadas em mais de 8% nesta sexta-feira (20), dia em que o bilionário Elon Musk, dono da empresa, teve um encontro com Jair Bolsonaro (PL). O valor das ações teve recuperação no fim do dia, ao subir R$ 97 para R$ 99,83, mas o dia fechou com 8,4% de desvalorização da Tesla. .
De acordo com o portal Uol, a tendência de desvalorização está acontecendo desde o mês passado, quando o dono da Tesla anunciou a compra do Twitter, pois o empresário sul-africano deu parte das ações da empresa de carros elétricos como garantia da compra da rede social.
Outro fator para a desvalorização das ações da Tescla foram as denúncias de assédio sexual que surgiram contra Elon Musk nesta sexta. Segundo o Insider, portal de notícias dos Estados Unidos, o bilionário teria, em 2018, assediado sexualmente uma comissária de bordo da SpaceX, empresa espacial que ele também é dono.. Segundo as denúncias, a empresa teria pago US$ 250 mil pelo silêncio da funcionária.
https://www.brasil247.com/economia/acoes-da-tesla-caem-mais-de-8-em-dia-de-encontro-de-elon-musk-com-bolsonaro?amp
Elon Reeve Musk FRS (Pretória, 28 de junho de 1971) é um empreendedor[2] e filantropo sul-africano-canadense, naturalizado norte-americano. Ele é o fundador, diretor executivo e diretor técnico da SpaceX; CEO da Tesla, Inc.; vice-presidente da OpenAI, fundador e CEO da Neuralink; co-fundador e presidente da SolarCity. Em 7 de janeiro de 2021, com um patrimônio pessoal estimado em cerca de 188,5 bilhões de dólares, tornou-se a pessoa mais rica do mundo, de acordo com a Bloomberg, ultrapassando o empresário Jeff Bezos. No ranking da Forbes, Musk ocupa em 2022 o segundo lugar.[3][1]
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Elon_Musk