Delegado defende integração da comunidade com a polícia - Para Maurício Freire, do Deic, esse tipo de parceria contribui no combate e esclarecimento de ações criminosas
Mauricio Freire |
O delegado da
Divisão de Operações Especiais do Departamento Estadual de Investigações
Criminais (Deic), Maurício Freire, defende que a parceria entre a
comunidade e os órgãos de segurança é fundamental para criar uma força
tarefa contra a criminalidade.
Luana Nogueira
Para ele, programas como o "Vizinhança
Solidária" e a integração das câmeras de monitoramento particulares com o
sistema público de vigilância colaboram para coibir e combater crimes.
O programa "Vizinhança Solidária", que vem sendo adotado em
diversos bairros de Mogi das Cruzes e cidades da região, como Suzano, é
para o delegado uma maneira efetiva de coibir crimes.
"A polícia não
consegue estar em todos os pontos. O trabalho conjunto da população com a
polícia cria uma força tarefa do bem. Existem inúmeras maneiras para
que isso possa ser feito, como pelo Whatsapp.
É importante para os
vizinhos se conhecerem, unir uma quadra, compartilhar as imagens da
câmera de monitoramento externa, criar um sistema de botão de pânico",
sugeriu.
Sobre o projeto que a Prefeitura de Mogi estuda
implantar, que vai interligar as câmeras externas de comércios e
residências à Central Integrada de Emergências Públicas (Ciemp), o
delegado afirmou ser uma ideia interessante.
"É muito importante. Se já
existe a câmera na vizinha, por que não compartilhar com a prefeitura?
Esses equipamentos auxiliam muito. Algumas câmeras já tem sistema OCR
(Reconhecimento Óptico de Caracteres) interligado, que além do
monitoramento, faz a leitura de placas", acrescentou.
Mudanças na Lei de Execuções
Freire,
que já foi Delegado Geral de Polícia, afirmou ser necessário alterar a
Lei de Execuções Penais.
"A ideia é que o preso produza sua própria
alimentação, além de trabalhar. É preciso que ofereçam
profissionalização. Essa medida ajudaria em vários aspectos,
principalmente, que trabalhando, a pessoa vai deixar a ociosidade e de
evoluir na universidade do crime. Assim, ele receberia pelo trabalho e
montaria uma poupança. Com os recursos, não voltaria ao crime",
destacou.
O delegado finaliza dizendo que os presos
necessitam cumprir a pena de maneira integral e as reduções precisam ser
estudadas e obedecer critérios para serem melhor aplicadas.
"Não
precisa ser penas excessivas e elevadas, muitas podem ser convertidas
para serviço para comunidade. Não é necessário estar encarcerado. É
preciso também acabar com as "saidinhas". Tem gente que matou o pai e
sai no Dia dos Pais, ou aqueles que não tem nem pai ou mãe que também
saem. Existe uma estimativa que cerca de 3 mil presos no estado não
retornam, é um retrabalho para a polícia", concluiu.
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