CBN lança Fato ou Fake, novo serviço de checagem de conteúdo suspeito - Seção vai identificar as mensagens suspeitas mais compartilhadas e esclarecer o que é real e o que é falso. Apuração será feita em conjunto por jornalistas de G1, O Globo, Extra, Época, Valor, CBN, GloboNews e TV Globo. Discursos de políticos também serão conferidos. Conheça os princípios e a metodologia.


Seção vai identificar as mensagens suspeitas mais compartilhadas
Crédito: CBN

A CBN lança nesta segunda-feira (30) a seção Fato ou Fake. 

O objetivo é alertar os brasileiros sobre informações duvidosas disseminadas na internet ou pelo celular, esclarecendo o que é notícia (fato) e o que é falso (fake).
Jornalistas farão um monitoramento diário para identificar postagens e conteúdos suspeitos muito compartilhados nas redes sociais e por aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Participam da apuração equipes de G1, O Globo, Extra, Época, Valor, CBN, GloboNews e TV Globo.
Cada um desses veículos poderá publicar as checagens feitas em conjunto. Ao juntar forças entre as diversas redações, será possível verificar mais mensagens e postagens suspeitas – e mais rápido.
Também haverá um "bot" (robô) no Facebook e no Twitter que responderá se uma informação é fato ou fake, caso já tenha sido checada pelos jornalistas da CBN.
Especialistas afirmam que a disseminação de informações falsas nas redes sociais é um dos principais desafios a serem enfrentados hoje, pois elas prejudicam a tomada de decisões e colocam em risco a democracia. O fenômeno da desinformação, inicialmente conhecido como das "fake news", foi visto em eleições nos Estados Unidos, no Reino Unido, na França, na Alemanha e, mais recentemente, no México.
A equipe do Fato ou Fake também irá checar discursos de políticos, conferindo selos às declarações (veja quais são ao final deste texto). O objetivo é confrontar as versões dadas como oficiais e impedir a difusão de rumores.
O trabalho do grupo – que não se resumirá ao período eleitoral – é destinado a apurar fatos comprováveis. Não serão abordadas opiniões nem informações lastreadas em observações de tendências ou previsão de acontecimentos futuros.
A dúvida leva à verdade
O lançamento do projeto foi precedido por uma campanha de divulgação em TV, rádio e jornal com o mote "Duvide". Um dos vídeos de divulgação resume o espírito do projeto: "O bom jornalismo nasce da dúvida. Se aconteceu, é fato. Se é mentira, é fake. Só que hoje em dia é muito difícil separar o fato do fake. Saber se é inventado ou se aconteceu mesmo. É para isso que serve o jornalismo. Para conferir para você. Se você tem dúvida, a gente confere. Se você não sabe se é verdade, a gente checa a fonte. Um bom jornalista não publica nada sem duvidar antes. Se não confere, não é jornalismo. E conferindo a gente descobre o que de fato é fato e o que de fato é fake. Porque a dúvida leva à verdade. E a gente só trabalha com ela. Jornalismo é isso. A gente duvida. A gente confere. A gente informa. FATO OU FAKE. É jornalismo para o fake não virar news".
Metodologia
Os jornalistas irão monitorar as redes sociais por meio de um amplo leque de ferramentas. Também contarão com a contribuição de leitores para sugerir checagens e trocarão informações e dados entre si sobre o resultado do monitoramento e das checagens.
Após a constatação de que uma mensagem tenha sido muito compartilhada nas redes sociais, os jornalistas irão investigar a fonte que deu origem à informação, se ela está fora de contexto ou é antiga e se as imagens apresentadas correspondem ao que é narrado.
Em seguida, serão ouvidas as pessoas citadas na informação supostamente falsa. A apuração segue com a manifestação de fontes oficiais, testemunhas e especialistas que possam ajudar a esclarecer o que está escrito ou dito na mensagem.
O principal critério de checagem é a transparência de informações, baseada em três pilares:
Transparência de fontes - o objetivo é que o leitor veja com clareza o caminho de apuração percorrido pelo jornalista para verificar se a informação é falsa ou não. Para isso, todas as fontes consultadas durante a checagem estarão identificadas no texto, sejam elas pessoas ou instituições.
Transparência de metodologia - o processo de seleção da mensagem a ser checada, a apuração e a classificação da checagem são claras, deixando em destaque o que levou a informação a ser checada, como ocorreu a apuração e o porquê de tal informação ter sido classificada como falsa ou não.
Transparência de correções - caso haja alguma modificação na checagem que tenha comprometido a sua publicação original, esta alteração estará devidamente identificada e informada na reportagem.
Os títulos das checagens publicadas serão sempre claros, já deixando em destaque se a informação é verdadeira ou não. Os selos utilizados para classificar as mensagens como falsas ou verdadeiras também são destacados para evitar interpretações dúbias sobre as checagens.

Os selos utilizados são:

Fato - quando a informação checada é totalmente verídica e comprovada por meio de dados, datas, locais, pessoas envolvidas, fontes oficiais e especialistas.

Não é bem assim - quando a informação é parcialmente verdadeira, exagerada ou incompleta, exigindo um esclarecimento ou uma maior contextualização para ser totalmente compreendida.

Fake - quando a informação não se baseia em fatos comprovados por meio de dados, datas, locais, pessoas envolvidas, fontes oficiais e especialistas.


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