Missão do presente - por Junji Abe

Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (2001-2008).


A corrupção é o alvo central dos dissabores da atualidade.

 Quando a sociedade, com justiça, condena essas práticas, acaba limitando os desvios de conduta aos maus políticos, empresários gananciosos e autoridades ímprobas. Fato é que é a contaminação já virou pandemia. 

Não está restrita às propinas, vindas do superfaturamento de obras, pagas a agentes públicos para favorecer empresas. Nem se enclausura no chamado “caixa 2”. Muito menos, abrange só quantias vultosas e cúpulas endinheiradas.
O cotidiano está infectado por corrupção, sob as mais diferentes formas e o único objetivo final de obter vantagem. Na maior parte, não implica arrebanhar dinheiro. A benesse em questão pode ser ganhar tempo ou ter mais comodidade. 


O efeito é sempre o prejuízo de outros. 

É assim quando alguém fura fila, para em vaga de deficiente ou idoso apesar de não sofrer qualquer limitação para deslocamento, ultrapassa pelo lado errado, vaza o sinal vermelho, avança sobre a faixa de pedestre, dá um dinheirinho para o agente de trânsito ignorar uma infração.
Corrupção também significa o desvirtuamento de hábitos e costumes que se tornam imorais e antiéticos, apesar não violarem as leis.


 É assim quando alguém recebe um troco maior que o devido, mas não devolve o excedente; finge dormir no ônibus para não dar lugar à grávida que acabou de entrar; compra um produto bem barato, mesmo desconfiando ter sido roubado; limpa sua calçada jogando o lixo na do vizinho; leva o cachorro para fazer suas necessidades nas ruas, mas não recolhe a sujeira; descarta coisas pela janela do carro, mesmo sabendo que está facilitando a ocorrência de enchentes e por aí afora.
A corrupção na política precisa ser combatida de todas as maneiras.


 Por isso, apoio integralmente as iniciativas conjugadas da Justiça, Ministério Público e Polícia Federal, implementadas na Operação Lava Jato. Devem ser uma referência para quaisquer outras ações corruptas com envolvimento comprovado de agentes públicos e políticos.

 Mas, nós, a sociedade, também temos de conter o ímpeto das transgressões cotidianas. Em resumo, deixar o egoísmo de lado, cessando a ânsia levar vantagem o tempo todo.
Aproveitar oportunidades é algo saudável desde que não gere prejuízo para alguém. 


Conhecido ou desconhecido. Sim, porque a rede de malfeitos só é interrompida quando surge a preocupação real com o bem-estar do outro. Mesmo que ele não seja um familiar ou do círculo de amigos. 

Basta ver a relação entre o desperdício de água e a crise hídrica ou os focos de acúmulo de água e a proliferação do mosquito aedes aegypti. Falo do zelo para que nos tornemos pessoas melhores, capacitadas para o convívio social.
A responsabilidade é maior ainda para quem tem filhos. Os pais sabem o quanto as crianças costumam imitá-los. Disseminar maus exemplos significa corromper gerações futuras.


 Tenhamos o cuidado de ser bons modelos para os futuros adultos. Não haverá como cessar a corrupção na política, se ela perdurar na sociedade. É lei da natureza. Pé de goiaba não dá mamão.
Vale aproveitar o tema mais falado na atualidade para rever posturas.


 A pergunta básica é:

 “Minha atitude prejudica alguém?” Se a resposta for afirmativa, coisa boa não é. Não adianta procurar justificativas, porque inexiste uma para o egoísmo. 

Também é válido colocar questões para discussão em família. Temos de resgatar o bom hábito de ensinar o que é certo e o que é errado dentro de casa.


 Basta olhar em volta para ver o quanto há crianças e jovens sem saber o que isso significa. É uma missão do presente para resguardar o futuro. 

Vamos cumprir com boa vontade e fé!  



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