Mogi - Guarulhos - Estudo sobre linha dura três anos



Júlia Guimarães
Já duram três anos os estudos da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) sobre a possível criação de uma única linha expressa entre Mogi das Cruzes e São Paulo, passando por Guarulhos. Esse é um pleito antigo dos passageiros mogianos que, em razão da enorme demora dos trajetos, são obrigados a descartar os ônibus intermunicipais e recorrer unicamente aos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para ir à Capital. No caso das viagens para Guarulhos, a situação é ainda pior já que atualmente o município vizinho é desprovido de transporte público ferroviário de passageiros. A necessidade de criação de uma linha rápida entre as cidades foi apresentada oficialmente à Secretaria de Transportes Metropolitanos em 2009, ainda na gestão anterior, mas apesar das promessas de elaboração de estudos, até o momento não há informações conclusivas sobre o assunto.
Atualmente, duas linhas metropolitanas fazem a ligação entre Mogi das Cruzes e São Paulo. A de número 144, que sai do Terminal Rodoviário Geraldo Scavone, em Mogi, e vai até o Brás, na Capital, tem tempo estimado de 140 minutos, ou seja, 2 horas e 20 minutos. O percurso corta Mogi, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e São Paulo. Situação ainda pior é a da linha 038, que também tem partida da rodoviária mogiana e vai até a Estação Armênia do Metrô, em São Paulo. O itinerário passa pelos municípios de Mogi, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Guarulhos e São Paulo e tem tempo estimado em 165 minutos, ou 2 horas e 45 minutos.
Os dados são oficiais da EMTU, mas, na prática, os itinerários podem levar ainda mais tempo do que o previsto pela empresa. Em julho de 2011, o repórter Danilo Sans , de O Diário, viajou pela linha 038, entre Mogi das Cruzes e São Paulo, e verificou que a viagem pode ultrapassar 3 horas de duração. A reportagem mostrou que a linha simplesmente não é utilizada pelos mogianos para ir à Capital. Os usuários que embarcaram na Cidade foram apenas até os municípios vizinhos. Na ocasião, a Gerência de Marketing Institucional da EMTU enviou nota ao jornal em que afirmava que a empresa desenvolveria "estudos em conjunto com a Concessionária Unileste para a racionalização do sistema de transporte metropolitano nas ligações entre Mogi das Cruzes e São Paulo".
O texto informava que os estudos envolveriam discussões com as prefeituras da Região, além de análises sobre implantação de faixas exclusivas ou preferenciais para o transporte coletivo em rodovias. Também seriam necessárias avaliações sobre a demanda de passageiros da nova linha. A previsão era de que os estudos fossem concluídos até o final de 2011. Apesar de o prazo ter se esgotado, a situação continua na mesma e não há qualquer previsão para um posicionamento definitivo sobre o tema. Nessa semana, a Gerência de Marketing Institucional da EMTU divulgou nova nota informando que os estudos para a criação de linha metropolitana ligando Mogi das Cruzes a Guarulhos estão em discussão com as prefeituras envolvidas. "No momento não dispomos de informações conclusivas, porém enviaremos assim que houver definição entre as partes", disse o texto.
A necessidade de implantação da linha expressa entre Mogi e São Paulo, passando por Guarulhos, é velha conhecida do Estado. Os estudos começaram ainda na gestão do governador José Serra (PSDB), em 2009. Em março daquele ano, a Câmara de Mogi aprovou o envio da moção 019/09, de autoria do vereador Expedito Ubiratan Tobias (PR), que solicitava ao então secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portela, a criação da linha expressa. Já no mês seguinte, o então diretor de gestão operacional da EMTU, Antonio Carlos de Moraes, encaminhou ao Legislativo mogiano o despacho AP 045/09 e informou que os estudos haviam sido iniciados, a partir de pesquisa de demanda junto à linha 038. Exatos três anos mais tarde, os mogianos continuam esperando uma resposta conclusiva.

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