Brasil terá duas fábricas de telas para tablets, diz ministro Mercadante afirmou que local da instalação não está definido. Dilma se reuniu com o presidente da empresa de eletrônicos Foxconn.



Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (13) que o Brasil terá duas fábricas de telas sensíveis ao toque para tablets. Ele se reuniu no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff e o executivo Terry Gou, o presidente da Foxconn, empresa de Taiwan que produz os iPhones e iPads da Apple e que será responsável pela fabricação das telas.
“Será mais de uma fábrica. Neste momento estamos discutindo a primeira fábrica, mas a primeira fábrica já vai estar associada a uma segunda fábrica. A área de construção dessa fábrica é 1,5 km por 1,5 km de área construída, para vocês terem ideia do tamanho e da complexidade”, disse Mercadante.
O ministro disse que não está definido o local onde as fábricas serão instaladas nem se as duas ficarão no mesmo estado, mas destacou que as instalações serão em cidades próximas a um aeroporto internacional.
“Precisa de muita energia, muita água, muita logística. Precisa de um aeroporto internacional que dê suporte a voos diários para poder suprir os componentes que são necessários nessa indústria. Portanto, a escolha do local tem exigido uma pesquisa muito complexa. Seis estados brasileiros têm participado desse processo de consulta”, afirmou o ministro.
Mercadante afirmou ainda que o governo brasileiro vai exigir da Foxconn "transferência irrestrita de tecnologia" para que possa fabricar os produtos no Brasil.
Segundo Mercadante, a fabricação dos tablets pela Foxconn será feita em parceria com empresas nacionais. “Nós ainda precisamos concluir essa negociação, porque ela envolve parceiros nacionais. A presidenta quer que haja transferência tecnológica sem condições, portanto ampla, geral e irrestrita. Isso significa muito investimento em recursos humanos e parceiros no Brasil que sejam capazes de acompanhar essas exigências”, disse.
Mercadante afirmou ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) vai participar do processo de investimento necessário à construção das fábricas. "Estamos falando de bilhões. O BNDES é indispensável nesse processo", disse.
O ministro não quis especificar um prazo para a construção das fábricas, mas destacou que os empresários enxergam a Copa do Mundo de 2014 como um "alvo". "Eu imagino que os empresários, inclusive eles [da Foxconn], olham para esse evento como um alvo importante. Porque as Copas do Mundo sempre alavancam muito esses componentes eletro-eletrônicos", disse.
Ao deixar a reunião, o presidente da Foxconn reafirmou que a empresa pretende investir no Brasil US$ 12 bilhões em quatro ou seis anos. "Não há mudanças. vamos investir US$ 12 bilhões em quatro ou seis anos. Isso vai depender da capacidade de engenharia local", afirmou Terry Gou.
A visita de Gou acontece no mesmo dia em que o governo oficializou a isenção de PIS e Cofins para tablets produzidos no Brasil. A Foxconn é a maior fabricante de componentes eletrônicos do mundo e condicionava o início da produção no país à concessão de incentivos fiscais que já eram oferecidos para outros produtos de informática. Com a medida de redução de impostos, os preços dos tablets devem cair mais de 30%, de acordo com o Ministério das Comunicações.
Os incentivos fiscais começam a valer a partir desta quinta, de acordo com publicação da medida provisória que estimula a fabricação dos aparelhos no país com isenção de PIS e Cofins no "Diário Oficial da União".

Postagens mais visitadas deste blog